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    Goleada alemã fortalece projeto de união de clubes

    EDUARDO OHATA
    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    13/07/2014 02h00

    Criador do Clube dos 13, o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, leu na derrota da seleção por 7 a 1 uma mensagem, que o futebol nacional está "embolorado".

    Assim começou a mobilizar seus pares para "sacudir a poeira" e, juntos, pensar em como mudar o atual cenário.

    Aidar teve a oportunidade de conversar com outros 12 cartolas de clubes da primeira divisão do Brasileiro em um seminário da FGV, no Rio, no dia 2, que girava em torno de leis de responsabilidade fiscal e dirigentes de clubes.

    Aidar também reencontrou Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo e colega na fundação do C13, em 87.

    A conversa foi antes dos 7 a 1 e não teve a repercussão que esperava. Agora, após o vexame, ganhou corpo.

    Vinicius Pereira/Folhapress
    Aidar abraça Kaká durante apresentação no Morumbi
    Aidar abraça Kaká durante apresentação no Morumbi

    A união dos clubes desejada por Aidar tem como meta discutir desde calendário, forma de disputa de torneios, datas de janela de transferência, direitos de televisão e até alto custo do futebol.

    Todas essas pautas estão alinhadas com o que movimento Bom Senso F.C., formado por jogadores e ex-jogadores, tem lutado. Mas não há ligações entre os lados.

    O desejo de Aidar em reunir seus pares não é de agora. Eleito em abril presidente do São Paulo, já discursava sobre os problemas do futebol e necessidade de mudanças. Há 27 anos o C13 reuniu as principais agremiações e organizou o Nacional de 1987.

    O combustível para agir foi a goleada de 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil –a maior derrota da história centenária da seleção. "Se tivesse vencido por 7 a 1, estaríamos comemorando o título antecipado. Como perdemos, a ficha caiu. Foi excesso de confiança, de individualismo, falta de estratégia", disse Aidar.

    À Folha o cartola tricolor achou prematuro falar na criação de uma liga ou de qualquer outro movimento.

    Deu ênfase à necessidade de haver união para mudar.

    "Proponho a união dos clubes. A mudança tem de partir deles. A divergência que eventualmente pode haver entres eles deve se limitar ao jogo. Vamos sacudir a poeira. Estamos embolorados, com modelo ultrapassado."

    Mas a união entre os clubes não deve ser simples. O fato de o atual presidente são-paulino ter defendido no passado a criação de uma liga de futebol já está no radar da CBF, a Folha apurou.

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