O empresário de jogadores de futebol Álvaro Serdeira recebeu na segunda-feira (14) a ligação do parceiro Gilmar Rinaldi. A CBF o havia procurado, e ele teria que deixar de cuidar da carreira de atletas para coordenar as seleções profissionais e de base do Brasil.

"A partir deste momento, eu cuido da carreira dos atletas que tínhamos parceria. A Fifa proíbe que um agente Fifa tenha cargo como dirigente. Por isso o Gilmar não participa mais", disse Serdeira à Folha.

Os dois não são sócios em empresas, mas dividiam até a manhã desta quinta-feira (17) a procuração de três jogadores: o lateral-esquerdo Fábio Santos, do Corinthians, o volante Fábio Simplício, que está no Vissel Kobe, do Japão, e o meia Marco Antônio, do Figueirense.

"Era um trabalho feito a quatro mãos. Essa parceria começa por indicação, porque você conhece um jogador, e acaba firmando como parceiro. Dividíamos os honorários, mas agora estarei sozinho à frente. Ele não terá tempo agora para trabalhar como procurador e, claro, tem a questão ética que impede", disse Serdeira.

O meia Danilo, do Corinthians, não fazia parte da parceria e apenas Gilmar Rinaldi tocava sua carreira. Outros dois jovens jogadores de base também terão que procurar outro empresário com a ida de Rinaldi para a seleção brasileira.

Serdeira não tem ideia de qual treinador será contratado por Rinaldi, mas diz gostar de Tite. Para ele, porém, a solução não é discutir se é necessário um técnico brasileiro ou um estrangeiro, mas sim definir funções que mudem a maneira como gerir a seleção.

"Precisa de uma cabeça e muitos braços. É preciso de mais disciplina, de tecnicamente mudar a postura do time. Hoje o treinador é refém de jogador. O Felipão não foi o Felipão na Copa, não deu tapa na mesa", disse Serdeira.

Ao final, ainda teve tempo, em tom de brincadeira, de sugerir um treinador a seu antigo parceiro.

"Nelsinho Baptista, que eu represento", disse. Rinaldi não tinha treinador entre os seus agenciados.