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    Escolha de Dunga reflete exigência por comprometimento com a seleção

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC

    22/07/2014 02h00

    A escolha do nome de Dunga, 50, para ser novamente o técnico da seleção brasileira passa por um alinhamento de pensamento entre a direção da CBF e o treinador.

    José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, atual e futuro presidente da confederação, acreditam que o novo treinador deva ter como conceito básico o comprometimento dos jogadores com a seleção brasileira. E que esse pensamento fique acima até do potencial técnico dos convocados para representar o país.

    O lema pregado dentro da confederação é: só veste a camisa da seleção brasileira quem, além de ter qualidade, demonstre comprometimento e abra mão de outros desejos para ser campeão com a camisa verde e amarela.

    E Dunga era o técnico mais associado a esse pensamento. Por isso, será apresentado nesta terça, no Rio, como novo técnico do time nacional.

    Ricardo Duarte/Agência RBS
    Dunga deixa a sua residência em Porto Alegre às 14h desta segunda-feira (21)
    Dunga deixa a sua residência em Porto Alegre às 14h desta segunda-feira (21)

    O treinador já demonstrou essas características exigidas pela CBF na Copa de 2010, quando abriu mão de medalhões, como Adriano, e chamou jogadores comprometidos com o time e de menor qualidade técnica. A convocação de Grafite para aquele Mundial é um exemplo dessa conduta de Dunga.

    "Muitas pessoas que trabalham no futebol, por vezes, constroem suas esperanças em torno de um jogador, muitas vezes por razões de marketing, e elas acreditam que esse jogador vai resolver todos os problemas. Isso não é verdade. Sem trabalho adequado em equipe, você não pode ganhar", afirmou Dunga em entrevista à agencia alemã DPA no início de julho.

    Em 2013, Marin cobrou publicamente que os jogadores tivessem comprometimento com a seleção brasileira. O cartola reclamou de que Ramires se apresentou com um dia de atraso para o amistoso contra a Rússia porque teve um jantar no dia anterior.

    Na ocasião, o volante foi cortado da equipe e gerou revolta na cúpula da CBF.

    Mesmo assim, Ramires continuou sendo convocado por Luiz Felipe Scolari, foi à Copa do Mundo e entrou na equipe em várias partidas.

    São situações como essa que a diretoria da entidade não quer que se repita. A ideia com Dunga é que, para vestir a camisa da seleção, o atleta não pode pisar fora da risca.

    A proposta é que o jogador pode ser uma estrela. Mas, se não se adequar ao conceito de que a seleção brasileira se sobrepõe às individualidades, não será convocado.

    "Passou o tempo em que um jogador da Costa Rica olhava para um jogador da Argentina ou do Brasil e admirava sua camisa. Hoje em dia, eles saem para ganhar", disse Dunga à agência alemã.

    Ele poderá testar esse conceito no dia 5 de setembro, quando a seleção jogará contra a Colômbia, nos EUA.

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