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    Ex-jogadores divergem sobre a opção por Dunga para dirigir a seleção

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    22/07/2014 02h00

    O nome de Dunga como o novo comandante da seleção brasileira não é consenso entre ex-jogadores e técnicos. Ouvidos pela Folha nesta segunda-feira (21), alguns se disseram surpresos com a escolha, mas acreditam que o gaúcho tem condições de realizar um bom trabalho à frente da equipe.

    Embora não tenha sido anunciado oficialmente, Dunga concretizou seu retorno ao cargo no último final de semana, quando se reuniu com o presidente da CBF, José Maria Marin, e seu sucessor, Marco Polo Del Nero.

    "O Dunga é um cara de atitude, não fica atrás do muro. Acho que vai selecionar bem com quem irá trabalhar", afirmou Pepe, bicampeão do mundo com a seleção em 1958 e 1962.

    Opinião compartilhada por Jairzinho, que participou da campanha vitoriosa da Copa de 1970 e foi o que se mostrou mais entusiasmado com a volta de Dunga. "Ele tem experiência e demonstrou para todos sua capacidade. É uma pessoa devidamente qualificada, um nome de potência", declarou o ex-jogador, referindo-se à primeira passagem do gaúcho pelo time nacional, entre 2006 e 2010.

    Ricardo Duarte/Agência RBS
    Dunga deixa a sua residência em Porto Alegre às 14h desta segunda-feira (21)
    Dunga deixa a sua residência em Porto Alegre às 14h desta segunda-feira (21)

    Justamente por ter estado à frente da seleção nesse período é que Dunga não deveria ser o novo técnico do Brasil, para Waldir Peres.

    "Não acho que o Dunga seja a pessoa indicada. O Brasil precisava de um técnico diferente, como o Tite ou o Muricy, que nunca assumiram a seleção, mas realizaram bons trabalhos nos clubes por onde passaram", argumentou o ex-goleiro, titular no Mundial 1982. "Minhas expectativas não são boas", acrescentou.

    O retorno de Dunga à seleção acontece quatro anos após sua demissão. O treinador chegou ao time nacional em 2006 e conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009. No Mundial da África, porém, viu o Brasil ser eliminado nas quartas de final.

    Apesar dele não ter conquistado o objetivo maior, que era disputar a final, o ex-lateral Júnior lembra que os números de Dunga ao longo desses quatro anos na seleção não são ruins e que, acima de tudo, o nome do gaúcho é conveniente à CBF.

    "A escolha veio a calhar para a direção. O Dunga é um cara que vai para o confronto, irá deixar a diretoria menos exposta nesse período de transição", disse o ex-jogador, que defendeu o Brasil nas Copas de 1982 e 1986. "Queria que tentássemos alguma coisa nova, mas não adianta querer", ponderou.

    Mais importante do que o nome, na visão do técnico Valdir Espinosa, é a filosofia que será colocada em prática.

    "Essa é a minha preocupação maior. O Dunga tem capacidade, mas de quem será a filosofia de trabalho e como será? Só assim vai dar para julgar se é um nome adequado ou não", justificou.

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