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    Dunga admite problemas com a imprensa, mas promete melhorar

    DE SÃO PAULO

    22/07/2014 12h27

    Anunciado nesta terça (22), o técnico Dunga reconheceu durante a entrevista coletiva que os atritos com jornalistas prejudicaram o seu trabalho na primeira passagem pelo comando da seleção brasileira. Entretanto, deixou claro que pretende se esforçar para não repetir os mesmos erros.

    "Não é que tive problema com a Globo, com A, B ou C. Sou gaúcho, e para mim combinado não é caro. As coisas têm que ser cumpridas. Eu cumpri tudo que foi combinado", afirmou o novo técnico da seleção.

    Dunga deixou claro que a relação melhor com a imprensa não significa que tenha mudado os métodos de trabalho. Por exemplo, o acesso aos jogadores e integrantes da comissão técnico será controlado.

    "Não vou mudar minha essência, comprometimento, lealdade, transparência. Mas tem que ser planejado, colocado no papel, todo mundo vai ter seu espaço. Ninguém vai cercear a impressa. Mas imprensa tem que entender que o objetivo maior é a seleção brasileira", afirmou.

    Os treinamentos fechados, comuns nos dias que antecedem as partidas decisivas, não serão abandonados na nova passagem do técnico. "É preciso de momentos de privacidade [para treinar]", esclareceu Dunga.

    Na Copa do Mundo, o capitão do tetra trabalhou para veículos estrangeiros. Ele foi comentarista da emissora mexicana TV Azteca e participou da transmissão dos jogos pela qatariana TV Al Jazeera.

    DIÁLOGO

    Desde o Mundial de 2010, Dunga teve uma passagem de dez meses pelo Inter-RS. No resto do tempo, se dedicou a palestrar sobre liderança e participar de atividades de um instituto com o seu nome, em Porto Alegre. As experiências fizeram o técnico refletir sobre os erros cometidos no relacionamento pessoal.

    "Sei que tenho que melhorar muito no contato com as pessoas. Na primeira passagem pela seleção, foquei muito mais no trabalho dentro de campo. Agora, é normal também que eu tenha que aprimorar o relacionamento com a imprensa", disse.

    O novo técnico do Brasil diz que, no tempo em que ficou sem dirigir uma equipe, se esforçou para se tornar mais flexível.

    "Trabalhei para isso, para me aprimorar. Estamos prontos para receber criticas e sugestões, em prol da seleção. Tudo que for bom para a seleção, vamos estar abertos a conversar e trocar ideias para a seleção obter resultados", reforçou.

    PERÍODO DE DESCANSO

    Dunga disse que teve várias propostas para comandar outros equipes desde que deixou a seleção. "Eu não sou de estar querendo colocar no jornal que me procuraram. Tive muitas ofertas", destacou.

    O novo treinador da seleção brasileira também não quis especificar se estudou ou fez cursos na área. "Nesse período assisti a muitos jogos, fiz muitas viagens, mas, principalmente, falei com pessoas do futebol, dentro e fora do Brasil".

    Dunga trabalhou como comentarista na Copa do Mundo e destacou que conversou muito "no hotel" e "durante as refeições" com o ex-treinador italiano Arrigo Sacchi e com ex-jogadores, como o holandês Ruud Gullit, o espanhol Bakero, o brasileiro Mozer.

    "Falávamos sobre o que tinha de novidades, os defeitos, as virtudes". E citou um exemplo das conversas: "A única equipe que jogou ofensivamente na Copa, com três atacantes, marcando em cima, foi o Chile, os demais todos jogaram fechadinhos no contra-ataque".

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