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    Dunga cai em contradição sobre operação investigada

    FILIPE COUTINHO
    DE BRASÍLIA

    26/07/2014 02h00

    O treinador da seleção brasileira, Dunga, caiu em contradição ao explicar uma operação financeira que, segundo decisão de um órgão do Ministério da Fazenda, apresenta indícios "veementes" de nunca ter existido.

    Em nota de 32 páginas enviada à Folha, o treinador afirmou, em duas respostas diferentes, que emprestou US$ 270 mil ao clube japonês Júbilo Iwata em 1998.

    De acordo com Dunga, a concessão desse empréstimo, sem cobrança de juros ou correção monetária, foi uma exigência para que ele fosse contratado pela equipe.

    "Se eu não tivesse aceitado tal condição [não cobrar juros e correção monetária], o negócio não teria sido efetivado e, deste modo, em 1998, eu não teria sido contratado para jogar, profissionalmente, pelo Júbilo Iwata", escreveu Dunga no e-mail enviado à reportagem.

    Em 1998, contudo, Dunga não foi contratado para jogar profissionalmente pelo clube japonês. Aquele ano foi seu último pelo clube.

    De acordo com o próprio site de Dunga, ele entrou no time em 1994, ano em que foi capitão da seleção na conquista do tetra mundial.

    A contradição de Dunga acontece justamente ao explicar a operação financeira que apresenta indícios de nunca ter existido, de acordo com decisão do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

    Como a Folha revelou nesta sexta (25), a Receita Federal cobra R$ 907 mil de Dunga em imposto de renda, duas multas e juros. O treinador da seleção teve o primeiro recurso rejeitado pelo Carf. Ele recorreu novamente e, até a decisão definitiva, a cobrança fica em suspenso.

    A principal questão tratada pela decisão do Carf é um depósito de US$ 270 mil recebido por Dunga em uma conta no exterior, sobre o qual o ex-atleta não recolheu imposto. Ele afirma que o montante era o pagamento de um empréstimo que diz ter feito, em 1998, ao Júbilo Iwata.

    Segundo Dunga, ele emprestou o valor sem juros e recebeu o mesmo valor do clube japonês em 2002. O técnico disse que não houve acréscimo patrimonial e assim não deveria ser cobrado imposto.

    No Carf, contudo, ele não conseguiu comprovar essa transação de 1998 e os US$ 270 mil recebidos em 2002 entraram na base de cálculo do imposto.

    Entre os indícios de que a operação não existiu, o Carf cita o fato de Dunga ter afirmado que não houve cobrança de juros e que a transação foi feita em dinheiro vivo e justificada com recibos em português, mas assinado por uma empresa com sede em Mônaco.

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