A figura do papa Francisco está presente em quase todos os lugares da sede do San Lorenzo, no bairro de Boedo.

Sua imagem está pintada na fachada do prédio, vizinho ao antigo estádio do clube, hoje transformado em hipermercado da rede Carrefour.

Também está exposta em fotos na sala de inscrição de novos associados e no vidro do guichê onde é feito o pagamento das mensalidades.

Só não está na lojinha que o San Lorenzo mantém na entrada de sua sede. Entre tantas camisetas, blusas, canetas e canecas, não há um só produto oficial que faça menção ao torcedor mais famoso.

Por determinação do Vaticano, o clube não tem direito de explorar comercialmente a imagem do papa.

Isso não significa que o San Lorenzo não esteja lucrando com Jorge Mario Bergoglio.

Reprodução/Twitter.com/SanLorenzo

Carteirinha de sócio de Jorge Mario Bergoglio

Sócio do clube desde 12 de março de 2008 e portador da carteirinha número 88235N-1, cuja cópia está devidamente exposta na sede, o ex-arcebispo de Buenos Aires continua pagando a mensalidade de 140 pesos (R$ 39) mesmo morando em Roma.

Desde que Bergoglio se tornou o papa Francisco, em março de 2013, o número de sócios do San Lorenzo saltou de 45 mil para 60 mil. Levando em consideração o preço da mensalidade pago pelo papa, isso representa ganho de arrecadação de quase R$ 600 mil mensais.

Procurado pela reportagem, o San Lorenzo disse não saber precisar quanto desse crescimento está ligado à figura do papa, mas disse ter certeza que a exposição provocada por ele ajuda na obtenção de novos associados.

"O movimento aqui cresceu muito desde que viramos o time do papa. Todos perguntam dele", afirmou o sócio Antonio Martínez, 57.

O jornalista RAFAEL REIS viaja a convite da Bridgestone