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    Medalhistas do país divergem sobre veto a treinador de Cielo

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    16/08/2014 02h00

    A atitude da federação australiana de vetar a participação de Scott Volkers –técnico de Cesar Cielo– no Pan-Pacífico de Gold Coast, neste mês, divide opiniões de símbolos da natação brasileira.

    Volkers, que é australiano, faria parte da comissão técnica da CBDA (Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos). A entidade chegou a relacioná-lo, mas foi avisada pelo país-sede que a credencial dele seria negada.

    Na década de 1980, ele sofreu acusação por agressões sexuais a duas nadadoras menores de idade. Passou um período detido e, após investigação, não foi condenado.

    "É muito complicado coibir a participação se não houve condenação. Achei exagerado", afirmou Ricardo Prado, 49, medalhista de prata nos 400 m medley nos Jogos de Los Angeles, em 1984.

    "Considero o assunto muito delicado, mas parece que hoje existe uma caça às bruxas em relação ao tema. Ele está na moda", completou o ex-nadador, que atualmente trabalha no Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016.

    "Eu me surpreendi com a notícia do Scott, que é muito respeitado", disse Prado.

    Volkers vive no Brasil desde 2012. Trabalha no Minas, de Belo Horizonte, e orienta Cielo, nadador mais premiado do país, há cinco meses.

    Detentor de quatro medalhas olímpicas, Gustavo Borges, 41, acredita que a federação australiana fez um "condenação ética" ao vetar o treinador no Pan-Pacífico, principal torneio do ano.

    "Pela Justiça, está atestado que o crime não aconteceu. Mas há um componente emocional que só os australianos sabem avaliar", disse.

    Para Borges, "aparentemente, ficou uma certa indignação devido ao fato de o Volkers não ter sido condenado".

    Michael Dalder-2.ago.2013/Reuters
    O nadador Cesar Cielo durante uma competição
    O nadador Cesar Cielo durante uma competição

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