O técnico do Palmeiras, Ricardo Gareca, reconhece estar ficando sem justificativas para continuar no cargo. Em entrevista à Rádio América, de Buenos Aires, nesta quinta-feira (21), ele admitiu que se o time não ganhar do Coritiba, sábado (23), às 21h, no Pacaembu, deverá pedir demissão.

"Eu quero me acostumar a cumprir contratos. Nunca imaginava que chegaria a esta situação. Não vejo um limite... Mas se perdermos no sábado, aí parece que será o meu limite", disse. O clube é hoje o lanterna do Brasileiro após estar dez partidas sem ganhar na competição.

A declaração surpreende porque, após a derrota para o Sport, na última quarta-feira (20), ele pediu paciência aos torcedores e deixou claro que planeja continuar. No desembarque em São Paulo, o diretor executivo do clube, José Carlos Brunoro, afirmou que o técnico faz um "trabalho legal".

Com o argentino no comando, a equipe conquistou apenas um ponto no Brasileiro em 21 possíveis (um empate e seis derrotas) e é o último colocado do campeonato com 14 pontos. Na Copa do Brasil, conseguiu duas vitórias sobre o Avaí (que disputa a Série B) e avançou às oitavas de final.

"Suponho que meu futuro será definido partida a partida. Ninguém me obrigou a ser técnico do Palmeiras. Tive a oportunidade de ver três partidas antes de assumir", analisou.

Após a derrota no clássico contra o São Paulo, no último domingo (17), um grupo de torcedores elaborou abaixo assinado pedindo a permanência de Gareca. Conseguiu arrecadar mais de mil assinaturas.

O próprio treinador confessa certa surpresa por estar resistindo no cargo.

"Segundo me contaram, não houve um técnico que tenha se mantido no cargo nessas circunstâncias. Tratam os argentinos muito bem aqui no Brasil, nos mostram muito respeito", finalizou.

	Anderson Stevens/Eleven/Folhapress
	O goleiro Fábio no lance que resultou no primeiro gol do Sport, na Arena Pernambuco