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    'A ferida do 7 a 1 vai ficar aberta por bastante tempo, diz Dante

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    22/08/2014 02h00

    Dante não consegue esconder a emoção quando fala sobre o único jogo que disputou na Copa do Mundo. "Vai ser uma ferida que vai ficar aberta durante muito tempo."

    Com voz embargada, o zagueiro contou à Folha que seus seis companheiros de Bayern de Munique que faziam parte da Alemanha no 7 a 1 aplicado sobre o Brasil pararam de brincar com ele por perceberem que o assunto ainda lhe era doloroso.

    Também disse saber que será alvo de piadas de rivais durante o Alemão, que começa nesta sexta (22) com o confronto entre seu time, atual campeão, e o Wolfsburg, de Luiz Gustavo, outro envolvido na fatídica derrota.

    Angelika Warmuth/Efe
    O alemão Schweinsteiger brinca com o brasileiro Dante durante entrevista
    O alemão Schweinsteiger brinca com o brasileiro Dante durante entrevista

    *

    Folha - Na temporada passada, o Bayern só não venceu a Liga dos Campeões. Esse é o objetivo deste ano?
    Dante - Em um clube como o nosso, não tem essa de priorizar um torneio. O objetivo é sempre ganhar tudo. Lógico que a Liga dos Campeões acaba se tornando uma grande obsessão para nós porque não somos os atuais campeões.

    Pensa que essa temporada deve ser melhor por ser a segunda do Pep Guardiola?
    Com certeza, o primeiro ano de um treinador é sempre para conhecermos um novo sistema tático e filosofia de jogo. Agora, já sabemos como o Pep funciona. Tenho certeza que seremos mais fortes por estarmos mais adaptados.

    Mas o esquema tático deve mudar. Está gostando de jogar com três zagueiros?
    Eu acho bom. É um esquema mais versátil, dá liberdade aos alas. Os zagueiros também podem subir um pouco mais para o ataque. E diminui aquele buraco entre os laterais e os zagueiros.

    A Alemanha acaba de ser campeã mundial. A Bundesliga é a melhor liga do mundo?
    O nosso campeonato progrediu bastante, e a seleção alemã mostrou isso na Copa. Mas ainda acho que estamos um pouco atrás da Premier League [Campeonato Inglês].

    Por quê? Competividade?
    Exatamente isso. Temos grandes jogadores aqui também, mas a diferença é muito grande entre os dois primeiros clubes [Bayern e Borussia Dortmund], o que não acontece lá. Os times de meio de tabela precisam investir mais, contratarem melhores jogadores. Se o campeonato ficar mais equilibrado, será melhor para todo mundo.

    Como foi reencontrar os companheiros do Bayern envolvidos no 7 a 1?
    Foi um pouco complicado. No começo eles estavam brincando comigo, sim. Mas perceberam que eu ainda estava bastante triste e diminuíram com as piadas. Eles compreenderam o momento, perceberam que não era a hora de fazer isso. O importante é manter o respeito.

    A ferida ainda está longe de cicatrizar?
    Olha, é claro que da maneira como foi, ainda é muito complicado para mim. Sei que as torcidas [rivais] ainda vão me fazer relembrar muito. Mas já estou me preparando psicologicamente. Curado, curado, não estou. Vai ser uma ferida que vai ficar aberta durante bastante tempo. Mas tenho que saber que tenho um clube que me paga e que preciso dar a volta por cima.

    Jogar o campeonato do país que te provocou essa tristeza, será mais difícil?
    Vai ser especial porque vou ter que mostrar para todos que sou forte psicologicamente, sou forte em caráter. Esse momento difícil só as pessoas que podem suportar carregam. E eu sou uma delas. Vou enfrentar com todas essas minhas forças essa grande missão. Vou vencer.

    Acredita que terá uma nova chance na seleção?
    Prefiro não comentar sobre esse assunto. Primeiro, vamos nos concentrar no Bayern, que é o que tenho agora. O momento não é de falar, atrapalha. A hora é de só trabalhar.

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