Contratado recentemente pelo Paulistano, o pivô Fab Melo, 24, tentará no Brasil recuperar o prazer de jogar basquete, algo que se perdeu nos Estados Unidos.

Depois de dois anos frustrantes na NBA, o Campeonato Paulista é a realidade e o recomeço para um jogador que, antes de disputar a liga norte-americana, era tido como uma grande promessa na universidade.

"Aqui vou voltar a jogar, e quando você pega o prazer de competir novamente, as coisas começam a fluir. É isso o que procuro aqui. Será um bom recomeço", disse Melo em entrevista para a Folha.

Nascido em Juiz de Fora (MG), o pivô de 2,13 m de altura se mudou para os Estados Unidos com 17 anos. A oportunidade de efetivamente aparecer para o basquete do país veio em 2011, quando começou a estudar nutrição -depois mudou para pedagogia- e a jogar pela Universidade de Syracuse, em Nova York.

Em dois anos, Melo foi destaque positivo em quadra, mas negativo fora. Ao mesmo tempo em que foi eleito o melhor defensor da sua conferência, a Big East, em 2012, também teve problemas com notas, ao que ele resume de "problemas acadêmicos".

Por conta disso, chegou a desfalcar a sua universidade em alguns jogos, pois a organização é rígida e não permite que universitários com notas baixas entrem em quadra.

Depois de dois anos em Syracuse, Melo desistiu da universidade e foi direto para o draft (seleção de novos calouros) de 2012 da NBA. "Eu sabia que era um potencial e me sentia preparado para a NBA", disse o jogador. Mas a realidade era outra.

Escolhido pelo Boston Celtics na 22ª posição da primeira rodada do draft, Melo esteve longe de ser o atleta produtivo que a liga exige. Em 2012/13, jogou apenas seis partidas e teve média de 1,2 ponto por jogo.

"Eu não tive oportunidade. Nem treinar eu treinava direito. Mas não dá para voltar atrás. Aconteceu de eu ir e, agora, é pensar para frente", afirmou.

Sem oportunidades, Melo foi parar na liga de desenvolvimento da NBA e não conseguiu mais aparecer. Antes da temporada 2013/14, ele chegou a treinar com Memphis Grizzlies e Dallas Mavericks, mas não conseguiu se firmar em nenhuma franquia.

Para o assistente-técnico do Paulistano, Roberto Jayme, que ocupa interinamente o lugar do técnico Gustavo De Conti, em viagem com a seleção brasileira, Melo tem potencial para retornar à NBA.

"Desde que voltou, o Fab já evoluiu muito. A evolução dele vai fazer com que ele volte para a NBA. Só depende dele", afirmou.

Melo alimenta o sonho de voltar a jogar nos Estados Unidos, mas reconhece que ainda há muito o que fazer.

"Quero retornar para a NBA, mas meu principal objetivo agora é melhorar como jogador de basquete. Acho que ainda tenho muito o que aprender", disse o atleta.

	Apu Gomes/Folhapress
	O pivô brasileiro Fab Melo durante um treino do Paulistano