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    Primeiro ídolo do Palmeiras, Heitor ainda é maior artilheiro da história

    DIEGO IWATA LIMA
    DE SÃO PAULO

    24/08/2014 02h00

    Escrever sobre Heitor Marcelino é ter de antemão a certeza de que a palavra "primeiro" vai aparecer com frequência no texto.

    Primeiro ídolo do Palmeiras. Primeiro artilheiro do clube em um estadual. Primeiro palestrino a vestir a camisa da seleção brasileira. Primeiro na lista de maiores artilheiros alviverdes.

    Por algum tempo, se acreditou que Heitor havia feito 284 gols pelo Palmeiras. Era o que diziam as súmulas oficiais de jogos no departamento de história do clube.

    Tal número já era suficiente para que ele fosse o maior goleador da história. César Maluco, o segundo, fez 180.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Uma recontagem foi feita, com base em pesquisas de súmulas nos arquivos das federações e de outras agremiações, para que se chegasse à marca: 327 gols em 358 jogos.

    Filho de espanhóis, Ettore Marcelino Domingues atuou pelo Palestra Itália entre 1916 e 1931. Teve 259 vitórias, 54 empates e 55 derrotas.

    Heitor foi campeão paulista em 1920, o primeiro do clube. Neste torneio, na vitória por 7 a 0 sobre o Mackenzie, fez o primeiro gol do time após a compra do estádio do Parque Antárctica.

    Ganhou também o estadual duas vezes em 1926 –houve um torneio extra, no qual ele foi artilheiro, o primeiro da história palmeirense –, e em 27.

    O futebol não foi o limite esportivo de Heitor.

    Em 1928 e 29, conquistou o Campeonato Paulista de basquete. Foi o primeiro a vencer títulos pelo Palestra em dois esportes. Heitor também praticou tênis de mesa, vôlei e salto em distância.

    As seleções brasileira e paulista tiveram os gols do artilheiro. Na estreia com a então camisa branca do Brasil, em 13 de maio de 1917, ele fez um dos gols na vitória por 2 a 1 sobre o clube Sportivo Barracas, da Argentina.

    Em 1919, ao lado de Friedenreich, formou o ataque titular da seleção na conquista do Sul-Americano, a primeira da história da seleção.

    Heitor esteve no primeiro jogo internacional do Palmeiras, em 1925, contra a seleção paraguaia –vitória por 4 a 1– e no primeiro disputado fora do Brasil: derrota por 3 a 2 ante o Uruguai, em Montevidéu.

    Apesar de tantos grandes momentos, a saída de Heitor do time foi melancólica.

    Após a derrota no Paulista de 1931, o ídolo deixou o Palmeiras dispensado. Pode também, desse modo, ser considerado o primeiro ídolo maltratado pela diretoria do clube, fenômeno pelo qual outros personagens marcantes do clube, como Oberdan Cattani, também passariam.

    Já veterano, Heitor voltou ao Americano, onde começou a carreira, mas logo desistiu, embora não tenha conseguido se afastar do futebol.

    Tornou-se árbitro em 1934, e a marca da primazia voltou a persegui-lo. Na inauguração do Pacaembu, apitou a primeira partida do seu Palestra Itália no estádio: vitória por 6 a 2 sobre o Coritiba.

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