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    Para Evair, título de 1993 foi o maior de sua carreira

    DIEGO IWATA LIMA
    DE SÃO PAULO

    24/08/2014 02h00

    Não é correto dizer que Evair simplesmente veja os jogos do Palmeiras.

    "Assistir, não. Eu sofro", diz o autor do gol que encerrou o jejum de 16 anos sem títulos do Palmeiras, em 1993, e do que levou para a prorrogação a final da Copa Libertadores de 1999, conquistada pelo clube alviverde. Ambos de pênalti, sua especialidade.

    O apelido que o eternizou foi Matador. Era um centroavante de rara inteligência. Sabia sair da área para armar jogadas, mas tinha mesmo na conclusão, com os pés ou com a cabeça, sua maior virtude.

    Pois o Matador anda preocupado. Aos 49 anos, Evair imaginava mais tranquilidade para comemorar o aniversário de cem anos do clube. "Não era o que eu esperava. Mas nada com o Palmeiras é fácil."

    "Quando eu cheguei ao clube, em 1991, a situação era mil vezes pior do que a de hoje", lembra-se. "Trabalhei em outros grandes clubes, como São Paulo e Vasco, e a pressão aqui é muito maior. Vem da torcida, da imprensa."

    Zanone Fraissat/Folhapress
    Evair posa para a foto
    Evair posa para a foto

    "Você não imagina quanto era difícil ir a um cinema, um supermercado, antes de ganharmos o Paulista de 1993", conta o jogador. "Tornou-se o maior momento da minha carreira", afirma Evair, que hoje é técnico, mas está sem clube.

    Embora estivesse no Palmeiras há pouco mais de um ano e meio à época, ele conta que o peso do longo período sem conquistas recaía sobre todo o elenco montado com o apoio da Parmalat, patrocinadora e co-gestora do time entre 1992 e 2000.

    "Quando corri para bater aquele pênalti [que originou o quarto gol na final, sobre o Corinthians, em 1993], sentia que carregava todos os anos do jejum comigo", recorda-se.

    Evair teve momentos ruins no Palmeiras. Afastado por cinco meses pelo técnico Nelsinho Baptista, em 1992, por deficiência técnica, esteve muito perto de deixar o clube.

    "Eu queria jogar, tinha saúde e não podia", relembra-se. "O União São João de Araras fez uma proposta. Mas fiquei, outro técnico [Otacílio Gonçalves] veio para o lugar do Nelsinho e voltei a jogar."

    Tendo trabalhado em tantos clubes, porque Evair tornou-se palmeirense?

    "Porque até hoje, 14 anos depois de deixar o clube, palmeirenses ainda me mostram seus filhos recém-nascidos, batizados de Evair", conta. "Não há como explicar um amor assim. Não há como não querer partilhar deste sentimento", diz.

    Editoria de Arte/Folhapress
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