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    Presidentes de clubes rivais criticam punição ao Grêmio

    EDUARDO OHATA
    DE SÃO PAULO
    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    04/09/2014 02h00

    Cartolas e advogado se posicionaram contra a punição ao Grêmio após o episódio de racismo envolvendo torcedores do clube gaúcho e o goleiro santista Aranha, durante partida da Copa do Brasil, na semana passada.

    "Eu acho que não se pode punir o cube quando você identifica o torcedor", argumenta o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar.

    "Suponha que alguém mal intencionado se misture à torcida do São Paulo, atire alguma coisa no campo e o clube, mesmo identificando o sujeito, acaba sendo punido".

    Aidar defende uma punição à torcedora do Grêmio.

    "Ela deve pagar pelo crime de racismo, que é inafiançável, tem que ser presa, detida, processada. Na minha opinião, ela é a grande responsável, jamais o clube".

    O Santos defendeu que o rival não seja responsabilizado e que a culpa seja atribuída apenas aos torcedores.

    Na sexta-feira passada, antes do julgamento no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o presidente santista, Odílio Rodrigues, ficou solidário ao rival gaúcho.

    "Eu tenho certeza que a diretoria do Grêmio está tão indignada quanto a nossa", afirmara o presidente do clube paulista na sexta-feira.

    IVES GANDRA MARTINS

    O jurista Ives Gandra Martins tem a opinião de que o Grêmio não deve ser punido, como defende que recorra imediatamente da pena.

    "Acho um absurdo [a punição ao Grêmio]. Flamengo, Corinthians e São Paulo têm milhões de torcedores. Como o clube vai se responsabilizar pelo cidadão?", questiona, para logo em seguida fazer uma analogia fora do universo dos esportes.

    "Como fica se um funcionário do governo federal comete um crime? A presidente [Dilma Rousseff] é a responsável? A presidente não tem como controlar todos os funcionários do governo federal", compara Ives Gandra.

    "Esse [racismo] é um crime. Cabe punição penal e indenização. Mas não ao clube, que não fez nada para incentivar o racismo e nem foi beneficiado em campo pelo episódio. O clube tem que recorrer na Justiça comum imediatamente. Não precisa nem esperar que se esgotem as instâncias esportivas".

    Editoria de Arte/Folhapress
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