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    Lateral do Corinthians integra grupo cada vez mais restrito de atletas

    ALEX SABINO
    DE SÃO PAULO

    07/09/2014 02h00

    Hoje é fácil dar risada. Em fevereiro de 2011, Fábio Santos não achou tanta graça.

    Ele era um dos jogadores que a torcida corintiana queria fora do clube imediatamente, ainda que ele tivesse atuado em só duas partidas.

    O problema foi que a segunda delas havia sido traumática. A derrota para o Tolima, na Colômbia, eliminou a equipe ainda na pré-Libertadores daquele ano.

    "Voltei para o Brasil, após aquele jogo, com a certeza de que nunca mais vestiria a camisa do Corinthians", confessa o lateral esquerdo à Folha.

    Estava errado. Ele voltou a colocar o uniforme do time mais 176 vezes. Com o contrato acertado para ficar no Parque São Jorge por mais um ano, o lateral se torna uma espécie difícil de encontrar no futebol brasileiro. Vai para a quarta temporada consecutiva como titular em um dos grandes do país.

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    O lateral esquerdo Fábio Santos durante um treino do Corinthians
    O lateral esquerdo Fábio Santos durante um treino do Corinthians

    "Sou caso raro, não sou? Se há algum tempo você me dissesse que eu ficaria tanto tempo no Corinthians, diria que estava louco", diz ele.

    Após o vexame contra o Tolima, Fábio Santos ganhou quase todos os títulos possíveis. Foi campeão brasileiro naquele 2011. Ganhou a Libertadores e o Mundial em 2012. Levantou a taça do Paulista e da Recopa em 2013. Muito para quem foi contratado para ser apenas um reserva para Roberto Carlos.

    "Passei por vários clubes. Mas acho que, daqui a alguns anos, quando eu pendurar as chuteiras, ficarei marcado como jogador do Corinthians".

    Quem acompanha futebol escuta o nome de Fábio Santos há tanto tempo que chega a ser surpreendente observar sua ficha e perceber que tem 28 anos. É um lateral que já passou por três continentes (América do Sul, Europa e Ásia). Esteve no Grêmio, Santos, São Paulo...

    "As pessoas nem se lembram que eu fui revelado pelo São Paulo. Fui criado lá. Cheguei com 11 anos de idade, estreei no profissional aos 17, jogando Libertadores como titular", relembra.

    Eloquente como poucos no elenco de Mano Menezes, Fábio cria uma linha de raciocínio para mostrar que tudo o que aconteceu em sua carreira foi uma caminhada para chegar ao Corinthians, o que ele levou mais de três anos para perceber.

    Foi crucificado no São Paulo após erro contra o Once Caldas (COL), na Libertadores de 2004. Passou discretamente por Cruzeiro, Monaco (FRA) e Santos. Apareceu como revelação e depois teve passagens esquecíveis por diferentes equipes. Abraçou o sucesso e viu o fracasso.

    "Houve o lado bom disso. Amadureci muito rapidamente. O lado ruim foi que não estava preparado para tanta pressão. Por isso, não me empolgo demais com a vitória e não fico muito para baixo com a derrota".

    No Corinthians, aliás, tornou-se expert em pressão. Além da queda da Libertadores em 2011, viveu a invasão das torcida organizadas ao centro de treinamento neste ano, entre outros momentos de conflito.

    Desde sua chegada ao time, o setor defensivo é tradicionalmente o mais forte.

    Questionado sobre o segredo para permanecer tanto tempo como dono da posição em um dos grandes, usa uma palavra que serve também para definir a solidez defensiva do time: consistência.

    "Não tiro nota 10, mas nunca tiro 5. Você tem de ficar ali no meio, com regularidade. Importante é estar jogando. E desde que cheguei ao Corinthians, sempre joguei".

    Ele espera que a renovação de contrato lhe garanta mais uma chance na Libertadores. Para isso, o Corinthians precisa ficar entre os quatro primeiros do Brasileiro ou ser campeão da Copa do Brasil.

    "Tenho alguns anos pela frente e não sei o que vai ser daqui para frente na minha carreira. Mas sei que serei sempre conhecido como o 'Fábio, jogador do Corinthians'".

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