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    Embora pouco fale de racismo, Pelé já foi vítima

    DE SÃO PAULO

    11/09/2014 02h00

    A imagem de Pelé nunca esteve associada à luta contra o racismo no futebol. Ao longo das últimas décadas, ele tem procurado evitar o tema ou tratado a questão racial como um assunto secundário.

    Mas o ex-jogador já foi alvo de ofensas raciais. Na final da Libertadores de 1963, em Buenos Aires, entre Santos e Boca Juniors, ele foi chamado pelos torcedores argentinos de "negro sujo" e "macaco".

    "Ao entrar em campo a torcida do Boca cantava los macaquitos de Brasil para desestabilizar a gente", disse Pelé, em 2012.

    Segundo ele, os jogadores negros do Brasil também eram ofendidos na Suécia durante os jogos da Copa de 1958, ano do primeiro título da seleção.

    Na quarta-feira (10), Pelé disse que Aranha se precipitou ao enfrentar atos racistas de gremistas.

    "Aranha se precipitou um pouco em querer brigar com a torcida. Se eu fosse parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, todo jogo teria que parar. O torcedor, dentro de sua animosidade, ele grita. Acho que temos que coibir o racismo, mas não é em um lugar público que vai coibir", disse o ex-jogador, ídolo do Santos e da seleção brasileira.

    Apu Gomes/Folhapress
    Pele discursa na inauguração do Museu Pelé
    Pele discursa na inauguração do Museu Pelé

    NEYMAR CAPITÃO DA SELEÇÃO

    Pelé também se mostrou contrário à decisão de Dunga, técnico da seleção brasileira, de transformar Neymar em capitão da equipe.

    "Vamos colocar outro, assim vamos ficar com dois capitães. Se o Neymar já é uma referência, o capitão poderia ser outro. Poderíamos ter dois homens para que o árbitro pudesse respeitar", disse.

    Pelé comentou também a nova gestão da seleção sob a tutela de Dunga, e declarou que deve-se ter cautela sobre a influência de empresários na escalação do time.

    "Conheço ele [Dunga] pessoalmente, sei da seriedade. Precisamos ter mais uma consciência e seriedade para formar a seleção brasileira."

    "Um dos problemas que viemos a ter nos últimos anos era que, embora tivesse os melhores jogadores, sempre dependeu de empresários. Para o empresário, não interessa se o time vai vencer. Interessa colocar os jogadores."

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