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    Game começa a influenciar decisões de jogadores, técnicos e até cartolas

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    16/09/2014 02h00

    O atacante Bafetimbi Gomis, 29, que jogou a Eurocopa-2008 pela seleção francesa, causou surpresa ao responder o que conhecia do Swansea City, time da primeira divisão inglesa que o contratou para esta temporada.

    "Antes de assinar com o clube, passei um mês jogando com o Swansea no Football Manager para entender como meus novos companheiros jogam", afirmou.
    Caro leitor, você não entendeu errado. Gomis usou um jogo de computador para apreender o estilo de jogo dos seus parceiros de equipe e, assim, acelerar o entrosamento com eles.

    O Football Manager é um game que coloca a pessoa que o joga no papel de manager (espécie de técnico com poderes de dirigente) de um time de futebol.
    Iniciada em 1992 e chamada originalmente de Championship Manager, a série já vendeu 20 milhões de cópias.

    O francês Gomis não é o único a acreditar que o futebol do mundo dos games pode auxiliar o praticante no futebol do mundo real.

    O ex-atacante do Manchester United Solksjaer, 41, atualmente técnico do Cardiff City (2ª divisão da Liga Inglesa), afirmou recentemente que muitas das decisões que toma à beira do campo e a formação tática com que arma sua equipe foram aperfeiçoadas nas horas que dedicou ao Football Manager.

    Dois anos atrás, o FC Baku, duas vezes campeão do Azerbaijão, contratou um treinador sem nenhuma experiência real no cargo. O que impressionou no currículo de Vugar Huseynzade foram os resultados que ele havia obtido como técnico no game.

    "A principal semelhança está no aspecto tático. É possível aproveitar sim alguns formações e estratégias", contou à Folha James Phillips, de só 22 anos, do time do Romsey Town. Técnico mais jovem a trabalhar na Copa da Inglaterra em 143 anos, ele também iniciou a carreira em frente ao computador.

    O game também é sucesso entre os atletas. Pogba e Griezmann, destaques da França na Copa, já foram flagrados jogando FM, sigla pelo qual é mais conhecido.

    Editoria de arte/Folhapress

    O DONO DO TIME
    No Football Manager, o jogador tem o poder de administrar as finanças de um clube, contratar e vender jogadores, montar o esquema tático e controlar substituições.

    O banco de dados é alimentado por uma rede de 1.300 olheiros espalhados por 51 países que analisam atletas e avaliam sua capacidade atual e potencial futuro em dezenas de fundamentos, como passe e velocidade. Cristiano Ronaldo, por exemplo, era astro no FM muito antes de se tornar o melhor do mundo.

    Esse banco também deixou de se restringir ao universo dos games. Em acordo fechado no mês passado, a Sports Interactive, produtora do jogo, passou a liberar informações para um renomado sistema de recrutamento de jogadores na Europa.

    O Prozone Recruiter é um sistema que compila estatísticas de atletas. Clubes como Manchester United o utilizam para analisar possíveis reforços. Agora, o Recruiter usa os mesmos dados que constroem jogadores virtuais.

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