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    Sheik diz ter coragem para falar e critica amadorismo dos árbitros

    BRUNA FANTTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    18/09/2014 18h55

    O atacante Emerson Sheik, 36, do Botafogo, afirmou nesta quinta-feira (18) que o fato de ter dito que "a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é uma vergonha" para uma câmera, após ser expulso da partida entre o clube alvinegro e o Bahia reflete também o pensamento de outros atletas. A diferença, segundo Sheik, é que ele "tem coragem para falar".

    "Por que não posso dar minha opinião sobre a CBF? Vejo vocês que são jornalistas fazendo críticas mais pesadas. Por que eu que sou atleta não posso falar? Ignorância é querer punir o atleta por ele dar uma opinião. O que eu acho muitos acham, mas só eu tive coragem de falar", opinou.

    Três jogadores do Botafogo, incluindo Emerson Sheik, foram expulsos na derrota do Botafogo para o Bahia, por 3 a 2, nesta quarta-feira (17), no Maracanã. Após tomar cartão amarelo por reclamação, Emerson se aproximou de uma câmera do canal Premiere e afirmou "CBF, é pra você". Depois de levar o vermelho e ser expulso, ele novamente chegou perto de um cinegrafista e disse: "CBF, você é uma vergonha! Vergonha!".

    Segundo o jogador, a crítica feita à confederação é pelo fato de a arbitragem não ser profissional.

    "A frase não tem a ver somente com o jogo entre Botafogo e Bahia. Mas o fato é que a arbitragem não é profissional. Os árbitros tem outra profissão, a vida deles não é só arbitrar. Por isso ocorrem tantos erros. Isso não é profissional, e a CBF tem que fazer algo", disse.

    "Não é justo os dirigentes realizarem um trabalho um ano inteiro para um cara, que não tem nada a ver com o nosso meio, acabar com o trabalho. O nosso futebol se perdeu", concluiu.

    O atleta, que recebeu no total nove cartões amarelos nos últimos nove jogos, disse que várias dessas marcações foram injustas. Inclusive o primeiro cartão amarelo recebido no jogo desta quarta-feira. O jogador disse, ainda, tem o apoio do clube para expressar sua opinião e se esquivou do adjetivação que corre nas redes sociais, de "problemático".

    "Não tenho a intenção de ser polêmico. Tenho perfil diferente de outros atletas, mas não sou menino. Tenho 36 anos e falo o que penso, mas de maneira pensada. Posso ter me exaltado, mas penso antes de falar".

    Vitor Silva/SSPress
    O árbitro Igor Junio Benevenuto mostra o cartão vermelho para o atacante Emerson, do Botafogo
    O árbitro Igor Junio Benevenuto mostra o cartão vermelho para o atacante Emerson, do Botafogo

    STJD IRÁ AVALIAR A SÚMULA DO JOGO

    De acordo com o STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) o atacante alvinegro pode ser enquadrado nos artigos 258 (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou ética desportiva ) e 243-F (assumir conduta contrária à disciplina ou à ética diretamente ao desporto).

    A regulamentação consta no Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que também prevê para esses casos suspensão de uma a seis partidas, e quatro a seis jogos, respectivamente, para cada artigo.

    Com isso, a pena máxima pode chegar a 12 jogos de suspensão, sem contar com a jogada que originou a expulsão, que deve gerar denúncia em outro artigo.

    Na súmula do jogo entre Botafogo e Bahia, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, o juiz Igor Júnior Benevenuto descreveu os xingamentos recebidos de Emerson.

    "Cumpre informar que o referido atleta havia sido advertido anteriormente por reclamação ao proferir as seguintes palavras a mim: "apita essa porra!"; após ser expulso, o mesmo veio em minha direção e proferiu as seguintes palavras:"safado, sem vergonha, você é um merda, vagabundo, não apita nada!""

    Indagado por jornalistas sobre seu comportamento, o atleta negou que tenha xingado o juiz. "Aí tem que ir para a igreja, né? Não poder falar porra em campo, isso não existe, eu falo, todo mundo fala. Mas isso não significa que eu esteja xingando a pessoa, é só uma força de expressão", afirmou.

    Veja vídeo

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