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    Torcedora do Grêmio registra BO e exige retirada de página racista

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    24/09/2014 18h19

    O advogado de Patrícia Moreira da Silva, 23, torcedora do Grêmio que chamou o goleiro Aranha, do Santos, de "macaco", Alexandre Rossato registrou nesta quarta-feira (24) um boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre contra a comunidade "Apoiamos Patricia Moreira contra a hipocrisia do Politicamente Correto, hospedada no Facebook.

    Rossato solicitou que a página seja excluída em até 24 horas por usar de forma indevida o nome e da imagem de sua cliente.

    "Nossas alegações são o uso irregular da imagem dela e também o crime de injúria. Já denunciamos a página ao Facebook e espero que ela saia do ar em 24 horas", disse o advogado à Folha.

    A comunidade, criada no dia 14 de setembro, traz uma foto da torcedora que ficou famosa ao se tornar símbolo das ofensas raciais praticadas por torcedores gremistas a Aranha e faz críticas desde a definição do racismo até a vinda de imigrantes haitianos ao Brasil.

    Reprodução/Facebook
    Grupo no Facebook critica uniões inter-raciais e usa jogadores de futebol como exemplo
    Grupo no Facebook critica uniões inter-raciais e usa jogadores de futebol como exemplo

    Em uma das postagens, uma montagem mostra jogadores de futebol como Neymar, Pelé, Tinga e Robinho acompanhados de mulheres loiras, para criticar a "hipocrisia" do "orgulho negro". Outro texto, postado pela página na terça (23), traz uma mensagem a respeito de relacionamentos inter-raciais: "Diga não à miscigenação racial. Se o povo de Israel não se mistura, a gente também tem o mesmo direito de falar sobre, sem censuras politicamente corretas".

    O único administrador da comunidade é Jeferson, que diz ser um advogado carioca de 27 anos, torcedor do Flamengo e simpatizante do Corinthians e do Grêmio e afirma que a página foi feita para expor "contradições do movimento de esquerda."Ele respondeu algumas perguntas da Folha pelo chat da rede social.

    "A hipocrisia de pessoas dizendo que a torcedora é branca, nojenta que deve ser estuprada por negros, o racismo anti-branco é permitido no Brasil e saem impunes, uma lei que só vale pra um lado deve ser revogada. Fiz a página pra citar diversas patologias, contradições do movimento de esquerda", afirma.

    Para ele, Aranha "aceita o coitadismo" e está entre os negros que funcionam como "massa de manobra" das políticas de esquerda. Seu contraponto seria o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. "Eu tenho orgulho de ser Branco (sic), já fui tachado de muita coisa e nem por isso liguei, aqui tem uma parcialidade, negro pode dizer que tem orgulho, branco não, é hipocrisia, esquerdista sempre odiou Homem Branco", defende.

    SÍMBOLO CONTRA O RACISMO

    Após perder o emprego e pedir desculpas públicas para Aranha, Patrícia Moreira da Silva, afirmou na última quinta-feira (18) que gostaria de virar um símbolo na luta contra o racismo.

    "Eu quero, não só dentro da Arena, mas em outros estádios, na vida social, ser um símbolo contra o racismo. Pretendo mudar essa imagem. Ser um exemplo que englobe todos os times, torcidas", disse a torcedore em entrevista ao jornal Zero Hora.

    O episódio ainda prejudicou o Grêmio, que foi excluído da Copa do Brasil em decisão inédita do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

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