Campeão olímpico e mundial nas argolas, Arthur Zanetti põe à prova a partir desta quinta (2), no Mundial de Nanning (China), uma hegemonia de quase dois anos.
Menos pelos adversários e mais por suas prioridades.
Imbatível desde novembro de 2012 em grandes competições internacionais, o paulista coloca a classificação da equipe brasileira para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 à frente do objetivo individual.
Ele defende o título mundial conquistado em 2013 em Antuérpia, na Bélgica.
"Eu nem estou tão preocupado com o resultado da argola, mas mais pelo resultado da equipe", disse o ginasta à Folha, na segunda (29).
A ginástica brasileira nunca classificou a equipe masculina completa para uma edição dos Jogos Olímpicos. O Mundial chinês é o primeiro passo para a qualificação.
Em Nanning, as 24 melhores seleções nacionais (masculinas e femininas) se garantem no Mundial de 2015, que ocorrerá em Glasgow.
As oito equipes finalistas na Escócia garantirão diretamente a vaga na Rio-2016, e aí a equipe masculina quer se garantir. Se não conseguir, ainda serão distribuídas outras quatro vagas no evento-teste olímpico, previsto para ocorrer em abril de 2016.
Atualmente, o Brasil tem apenas uma vaga individual entre os homens e uma entre as mulheres garantidas por ser sede da Olimpíada.
Além de Zanetti, compõem a equipe brasileira em Nanning Francisco Barreto, Lucas Bitencourt, Arthur Nory, Caio Souza e Sérgio Sasaki.
Diego Hypolito, bicampeão mundial no solo na década passada, está na reserva.
"Esperamos obter uma vaga na final", disse Zanetti.
Ele contou ter se dedicado nos treinos às provas de salto e solo para ajudar o grupo.
A equipe feminina brasileira, que também busca o mesmo objetivo dos homens, é formada por Daniele Hypolito, Isabelle Cruz, Julie Kim Sinmon, Letícia Costa, Maria Cecília Cruz, Mariana Oliveira e Mariana Valentim.
As primeiras disputas em Nanning serão as classificatórias masculinas, a partir das 22h desta quinta-feira.
FOCADO
Apesar do foco coletivo, Zanetti afirmou que está em melhor forma do que em 2013.
"Lógico que [o ouro individual] é uma coisa que eu quero. Estou preparado, focado e mais experiente", disse.
Ele sofreu o último revés na etapa de Ostrava da Copa do Mundo, no final de 2012. Desde então, somou ouros em todos os eventos que disputou, de Campeonato Mundial a Jogos Sul-Americanos.
"Isso [a hegemonia] acaba ajudando mais do que atrapalha. Dá mais confiança, pelo menos para mim."
Zanetti optou por usar a série mais tradicional e não usará o movimento que leva seu nome, que apresenta uma execução original. Os principais rivais, afirmou, vêm da China, Rússia e França.
| Ricardo Bufolin/CBG | ||
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| O ginasta Arthur Zanetti durante prova das argolas |