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    No Mundial de vôlei, Zé Roberto vai enfrentar seu amigo e ex-assistente

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    07/10/2014 02h00

    Marcos Kwiek se lembra com carinho de José Roberto Guimarães desde que, em 1993, recebeu do então recém-campeão olímpico a primeira oportunidade como "professor de voleibol" em um centro de treinamento em Barueri (SP). Carinho retribuído pelo treinador da seleção brasileira.

    "O Marquinhos sempre fez parte da minha vida, desde que ele iniciou como treinador. Ele treinou minha filha e minha mulher", diz Zé Roberto à Folha. "Eu vi o Marquinhos nascer como treinador. Depois, o convidei para a seleção brasileira. Acho que uma das minhas missões é formar futuros treinadores. Fico muito feliz de ver onde ele está hoje como técnico".

    Mais de 20 anos depois, os dois se reencontram em Milão, na Itália. Zé Roberto, aos 60 anos, adicionou mais dois ouros olímpicos ao vitorioso currículo. Kwiek, 47, tornou-se um técnico respeitado internacionalmente à frente da seleção dominicana.

    Fotomontagem
    Zé Roberto, técnico da seleção brasileira, e o brasileiro Marcos Kwiek, treinador da seleção da República Dominicana
    Zé Roberto, técnico da seleção brasileira, e o brasileiro Marcos Kwiek, treinador da República Dominicana

    Desta vez, porém, eles são adversários graças ao sorteio do Mundial de vôlei que colocou República Dominicana e Brasil no mesmo grupo.

    "É sempre difícil [enfrentar as dominicanas] por dois motivos. Primeiro, o Marquinhos é um cara que conhece muito bem o nosso time porque foi assistente técnico do Brasil por alguns anos. Segundo, as jogadoras da República Dominicana evoluíram muito e tem uma grande experiência internacional. Elas estão acreditando muito no seu potencial. Vai ser um jogo bastante complicado", avalia Zé Roberto.

    Brasileiras e dominicanas enfrentam-se na sexta (10), às 12h30 (de Brasília), para definir duas das semifinalistas da competição. Antes, na quarta, também às 12h30, a seleção brasileira encara a chinesa. Na quinta, é a vez de as dominicanas jogarem contra a China.

    No outro grupo, o mais difícil, estão a anfitriã Itália, os EUA e a Rússia. Duas equipes de cada triangular avançam às semifinais.

    "Nessa fase não tem muito o que escolher", responde Kwiek. "É sempre um prazer e um aprendizado jogar contra o Brasil. Cada jogo tem sua história e, no esporte, não creio que exista algo impossível", completa, confiante.

    O técnico está no comando da seleção caribenha desde 2008. De 2003 a 2007, foi assistente do amigo Zé Roberto na seleção brasileira.

    Estar entre as seis melhores já é o melhor resultado da história das dominicanas em um Mundial –elas ficaram na 17ª posição no último, em 2010, e tem a 11ª colocação como auge, em 1998. No caso do Brasil, o título do Mundial é a única grande conquista que ainda não tem.

    "Vejo o Brasil com um elenco muito forte, não tem uma jogadora que se destaque, é um time muito equilibrado e que não dá pontos de presente aos adversários", analisa o técnico das dominicanas.

    Outra curiosidade da partida vai acontecer antes mesmo de começar. Kwiek diz que, quando enfrenta o Brasil, sempre canta os hinos nacionais dos dois países.

    "Canto em respeito ao país e ao povo que me acolheu e respeita meu trabalho", conta Kwiek, que recebe o mesmo respeito do técnico rival.

    "Ele levou para a República Dominicana muitas coisas que aprendeu no Brasil, mas colocou seu toque particular e fez isso muito bem", conclui Zé Roberto, um mestre, com carinho.

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