Tudo aconteceu muito rápido para Daniil Kvyat, 20. Há pouco mais de um ano, ele teve sua primeira experiência em um F-1 durante uma sessão de testes em Silverstone. Agora, uma semana após ser anunciado como substituto de Sebastian Vettel na Red Bull a partir do próximo ano, se prepara para se tornar o primeiro russo a disputar uma corrida em casa, diante de sua torcida.

No sábado (11), a partir das 8h (de Brasília), busca uma boa posição no grid de largada do primeiro GP da Rússia de F-1, que será disputado no domingo (12), no mesmo horário.

"Eu não volto para a Rússia com muita frequência, então estou realmente muito empolgado de correr no meu país e para meus fãs", disse o piloto da Toro Rosso que não consegue dar muitos passos no paddock de Sochi sem ser abordado por um torcedor.

Viciado em pingue-pongue e tudo que tenha muçarela, Kvyat nasceu em Ufa, na República do Bascortostão, e começou a andar de kart aos oito anos. Assim que seu talento ficou claro, a família resolveu mudar-se para Roma, onde vive até hoje, para que o piloto tivesse a oportunidade de seguir os passos de Vitaly Petrov e chegar à F-1 –ele é apenas o segundo piloto russo a competir na principal categoria do automobilismo.

Em 2010, Kvyat fez a transição para os monopostos e passou a competir na F-BMW. No ano seguinte, transferiu-se para a F-Renault e, um ano depois, foi campeão da categoria com sete vitórias em 14 corridas.

Em 2013, já como piloto do programa de desenvolvimento de talentos da Red Bull, passou a competir na GP3 e chamou a atenção da F-1. Ganhou a chance de participar de seu primeiro teste na categoria em 19 de julho, pela Toro Rosso, e sagrou-se campeão da GP3 ao fim do ano.

Com a ida de Daniel Ricciardo para a Red Bull, ganhou a oportunidade de ser titular da equipe neste ano. Em apenas 14 corridas fez o suficiente para que o time principal confiasse nele a responsabilidade de substituir Vettel no próximo ano –em sua estreia na categoria, no GP da Austrália, roubou justamente de Vettel o recorde de mais jovem piloto a marcar pontos na F-1.

"Não existem milagres na F-1. Se recebi esta chance é porque confiam em mim e farei o melhor para corresponder as expectativas. Sei que haverá pressão, mas estou onde estou por algum motivo", disse o russo, que além de sua língua materna fala fluentemente inglês, italiano e espanhol.

"A decisão de me anunciar como titular da Red Bull antes do GP da Rússia não foi minha, mas confesso que gostei porque isso só fez aumentar a importância deste final de semana para mim e meu país", completou.