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    Índia aproveita até jogadores aposentados em nova liga de futebol

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    12/10/2014 02h00

    O Japão esteve presente nas últimas cinco Copas do Mundo. A EUA já tem no "soccer" um esporte que rivaliza em audiência com beisebol e basquete. A China tem a liga nacional com a melhor média de público de toda a Ásia.

    Segundo país mais populoso do planeta, com aproximadamente 1,2 bilhão de habitantes, a Índia é o último mercado importante onde o futebol ainda "não pegou".

    Para tentar mudar esse cenário, a federação indiana, a rede de televisão Star India e a IMG, gigante do marketing esportivo, decidiram recorrer a velhos ídolos que já tinham deixado o esporte de lado.

    Campeão mundial em 2006 com a Itália e alvo da cabeçada de Zidane na final, o zagueiro Materazzi, 41, havia pendurado as chuteiras em 2011. Agora, será jogador e treinador do Chennaiyin.

    O meia Robert Pires, 40, ex-Arsenal, também não jogava profissionalmente havia três anos até aceitar defender o FC Goa. No caso do sueco Fredrik Ljungberg, 37, antigo companheiro do francês na Inglaterra, foram dois anos de pausa até assinar contrato com o Mumbai City.

    Os ex-aposentados são algumas das estrelas da recém-criada Superliga indiana, que começa neste domingo (12).

    A competição não irá substituir o Campeonato Indiano, que continuará sendo disputado normalmente. Será sim uma liga alternativa de curta duração, formatada nos moldes dos esportes americanos.

    O torneio reúne oito franquias, de propriedade de magnatas locais e astros de Bollywood, que montaram seus elencos por draft (modelo de escolha de jogadores após sorteio) e terá um jogo por dia. A final será jogada em 20 de dezembro.

    Além dos ex-aposentados, a Índia atraiu para sua nova liga algumas estrelas em reta final de carreira, como o italiano Alessandro del Piero, 39, do Delhi Dynamos, e o francês David Trezeguet, 36, que irá atuar no Pune City.

    Antes de acertar com o Querétaro, Ronaldinho, 34, chegou a negociar com o Chennaiyin para ser uma das estrelas da nova liga.

    Mesmo sem ele, o Brasil estará representado no ousado projeto. Elano, 33, foi contratado para ser o astro do Chennaiyin, e André Santos, 31, vai atuar no FC Goa.

    Mohammed Dabbous/Reuters
    Zico, que ajudou a desenvolver o futebol no Japão, agora é técnico na India
    Zico, que ajudou a desenvolver o futebol no Japão, agora é técnico na India

    ZICO

    No banco do FC Goa estará Zico, 61, contratado para desempenhar um trabalho similar ao que desenvolveu no Japão (ainda como jogador) no início dos anos 1990.

    "Sei que fui chamado porque tive sucesso lá. O trabalho aqui não é como nos lugares onde o futebol já está desenvolvido. Aqui é preciso desenvolver os treinamentos, ensinar os jogadores a chutar, passar, criar uma cultura de futebol", disse à Folha.

    Assim como o Japão de 20 anos atrás, a Índia praticamente inexiste no universo do futebol.

    O país nunca disputou uma Copa do Mundo –classificou-se em 1950, mas desistiu depois que a Fifa proibiu os atletas indianos de jogar descalços.

    Sua seleção, número 158 do ranking da entidade, foi eliminada após dois jogos das eliminatórias da Copa-2014. E seus times não conseguem ir à fase principal da Liga dos Campeões da Ásia desde 1989.

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