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    Arbitragem, erros e atuação dos EUA são as explicações para queda no Mundial

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A MILÃO (ITÁLIA)

    12/10/2014 06h29

    José Roberto Guimarães escolheu as 12 melhores jogadoras que podia, as colocou em quadra, ao seu redor, na busca da última glória que faltava tanto em sua galeria quanto da seleção feminina de vôlei. Foi traído. Não por uma delas, mas por tropeços que fizeram deste sábado (11) o pior dos 19 dias de Mundial das brasileiras na Itália.

    Invictas após 11 partidas, elas perderam para as americanas no primeiro jogo eliminatório da competição, a semifinal: 3 sets a 0 (parciais de 25/18, 29/27 e 25/20).

    Zé Roberto reza todos os dias, faz promessas e também é supersticioso. Os problemas em Milão, no entanto, foram terrenos. A arbitragem atrapalhou, a seleção falhou na defesa e no bloqueio e os EUA jogaram muito bem pelas pontas, de onde não se esperava tanto das rivais.

    "Nós jogamos muito mal, com certeza. A gente não jogou como no campeonato todo. Um jogo atípico. Foi o dia delas, tudo deu certo", afirmou a ponteira Jaqueline.

    Até mesmo os erros dos juízes ficaram em segundo plano após uma vitória tão contundente das americanas.

    "A gente sabe que a arbitragem vai cometer alguns erros, e infelizmente a gente entrou no nervosismo", disse a capitã Fabiana. "Incomoda erro de arbitragem, ainda mais escandalosos? Incomoda, mas não foi isso que definiu o resultado do jogo", analisou a oposto Sheilla.

    Em uma das marcações erradas contras as brasileiras, no segundo set, Zé Roberto chegou a entrar em quadra.
    Recebeu o cartão amarelo. No lance, o árbitro eslovaco Dusan Hodon viu quatro toques que não aconteceram.

    "A juíza [a alemã Heike Kraft] e o árbitro de cadeira estavam mais nervosos que todo mundo, porque eles não estão acostumados a jogos desse tipo. Mas é complicado falar sobre arbitragem. Tivemos erros para os dois lados. Um pecado, pois estraga um pouco o espetáculo", reclamou Zé Roberto.

    Na véspera, o treinador brasileiro agradecia aos Céus o fato de não ter nenhuma jogadora contundida neste ano -fato que, segundo Zé Roberto, prejudicou o Brasil nos Mundiais passados, quando foi vice, em 2006 e 2010.

    A benção, porém, estava do outro lado neste sábado.

    "As três jogadoras das pontas jogaram muito bem. O que não é muito normal. A diferença foi um pouco aí", explicou Zé Roberto. Os ataques pelas pontas vieram com Larson (15 pontos), Hill e Murphy (ambas com 13). Fê Garay, a melhor brasileira, fez 14.

    Os EUA mereceram, repetiram técnico e jogadoras. Não era o que se esperava após três longas fases.

    "Faz parte da nossa vida perder ou ganhar, mas lógico que você perde um sonho, de poder disputar um jogo importante, uma final. Mas essa assimilação tem que ser rápida. Estávamos com 11 partidas invictas, perdemos um jogo e podemos brigar pelo bronze perdendo um jogo apenas; e os EUA podem ser ouro, perdendo dois jogos", lembrou Zé Roberto.

    Em Milão, onde está A Última Ceia, obra célebre de Leonardo da Vinci, acreditava-se que o Brasil, enfim, concluiria o trabalho que lhe faltava: a conquista do Mundial feminino.

    "A gente sonhava em estar nessa final. Não era sonho só meu, era de todas. É amargura, tristeza, raiva, é tudo. Essa amargura, que está dentro, precisamos reverter para amanhã [domingo]", afirmou Sheilla.

    Neste domingo, às 12h30, as brasileiras enfrentam as anfitriãs italianas na disputa pela medalha de bronze.

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