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    Sheilla ganha prêmio individual e diz que fez jogo mais difícil da vida

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A MILÃO (ITÁLIA)

    13/10/2014 09h23

    Única brasileira a disputar o quarto Mundial de vôlei seguido, Sheilla deixou a Itália com duas premiações, uma por equipe e outra individual: o bronze e o prêmio de melhor atacante oposta.

    O tão sonhado e inédito ouro, porém, não chegou. Para a jogadora de 31 anos, prata nos dois últimos mundiais e campeã nas duas olimpíadas mais recentes, a derrota por 3 a 0 para as americanas na semifinal vai ficar marcada na sua carreira.

    "Foi o jogo mais difícil da minha vida", afirmou. "Ninguém dormiu essa noite, a gente chorou muito, o jogo não saia da minha cabeça. Fiquei feliz e emocionada com essa vitória [na disputada do bronze, sobre a Itália]. Felicidade de reverter a situação de ontem e a tristeza de não estar na final, os dois sentimentos vão existir, sim", completou a oposto.

    Sheilla disse também que recebeu muitas mensagens positivas dos fãs nas redes sociais. "Muito mais apoio do que gente xingando, o que é um milagre acontecer no Brasil", disse, rindo.

    Ao contrário da amiga Fabiana, com quem saiu abraçada e chorando de quadra neste domingo (12). Sheilla afirmou que "se for para escolher entre Olimpíada e Mundial, prefere Olimpíada". Já a central que também é capitã do Brasil pensava diferente logo após a conquista do bronze. "Vou ser sincera, meu grande sonho era ganhar o Mundial, porque a seleção feminina ainda não tem", disse Fabiana.

    A capitã revelou ainda que as atletas quase passaram em claro a noite de sábado (11) para domingo. "Fui dormir às 2h30 com o jogo martelando na cabeça".

    Além de Sheilla, a brasileira Thaísa recebeu o prêmio de melhor bloqueadora do Mundial. A jogadora, no entanto, não quis falar com a imprensa na área reservada aos jornalista na arena em Milão.

    As outras premiadas foram: Ting Zhu (China), como melhor jogadora; Kimberly Hill (EUA), melhor atacante; Alisha Glass (EUA), melhor levantadora; Monica de Gennaro (Itália), melhor líbero; e Kimberly Hill (EUA), jogadora mais valiosa das finais.

    O Brasil ainda ganhou o prêmio Fair Play, como a seleção mais disciplinada do campeonato. Zé Roberto foi vaiado pelos italianos ao receber a premiação. Curiosamente, o técnico recebeu cartão amarelo tanto na semifinal quanto na final, após reclamações com a arbitragem.

    Antes de subirem ao pódio devido ao terceiro lugar, as jogadoras brasileiras choraram muito ao deixarem a quadra, que teve as arquibancadas lotadas por cerca de 12 mil italianos.

    Em seu primeiro Mundial, a oposto Tandara, 25, reserva imediata de Sheilla, foi uma das que mais estava emocionada.

    "Estamos muito baqueadas por tudo. A gente merecia estar no pódio de alguma maneira. Tristeza de não ter subido ao lugar mais alto, mas aliviada, não sei se é a palavra certa, de levar uma medalha para casa", comentou Tandara, chorando.

    Também com lágrimas nos olhos, a líbero Camila Brait, 25, destaque da seleção desde o início da competição, mal conseguia falar antes de entrar no vestiário. "A gente fica muito chateada, é muito recente [a derrota para os EUA], muito triste não estar na final", disse a jogadora que, pela primeira vez, foi titular em um Mundial.

    Já Fabiana, 29, em seu terceiro Mundial mas sem saber ainda se estará no próximo, em 2018, disse que a seleção já deve pensar na Olimpíada do Rio. "Foco em 2016, mais um sonho. A gente sempre brinca que, quando perde um Mundial, a gente ganha a Olimpíada", lembrou.

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