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    Eu já me sinto preparado para vencer no Havaí, diz Gabriel Medina

    MARTINA JUNG
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PENICHE (PORTUGAL)

    21/10/2014 02h00

    Na tarde da segunda (20), Gabriel Medina conheceu o campeão da etapa de Peniche (litoral de Portugal) do Circuito Mundial de Surfe.

    No hotel onde estava hospedado, o paulista de 20 anos lamentou a vitória do australiano Mick Fanning, 33. Por outro lado, na entrevista à Folha, demonstrou confiança na chance de ganhar a próxima etapa, a partir do dia 8 de dezembro, no Havaí.

    Com o triunfo em águas portuguesas, Fanning ultrapassou o americano Kelly Slater, 42, e soma agora 53.100 pontos, o que o levou à vice-liderança. Já Medina, eliminado na terceira rodada em Peniche, tem 56.550 pontos. Slater, por sua vez, caiu para terceiro, com 50.050 pontos.

    Para se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe sem depender de outros resultados, Medina precisará chegar ao menos até a final no Havaí. Se cair nas quartas, será campeão se Fanning não vencer a etapa. Para Slater sair da briga pelo título, basta Medina avançar à quarta rodada.

    *

    Folha - Como será a preparação até a próxima etapa?
    Gabriel Medina - Vou voltar para casa na quinta (23) e ainda tenho que competir na etapa Prime do World Qualifying Series, em Maresias, São Paulo, entre os dias 3 e 9 de novembro. Depois disso, farei o preparo físico no Havaí. Vou no dia 15 de novembro e quero surfar todos os dias a mesma onda, que vai ser a onda do campeonato.

    Sente-se à vontade surfando tubos em Pipeline, no Havaí?
    Eu gosto de surfar tubos [quando a onda quebra, formando um tubo, e o atleta consegue surfar dentro dela]. Ainda mais quando é de esquerda, é esse o tipo de onda que gosto de pegar. Pipeline tem esquerdas e tem direitas. Eu tive um bom resultado em Teahupoo, no Taiti [onde as ondas são bastante tubulares], e onde eu moro [Maresias, no litoral norte de São Paulo] as ondas também são assim. Então me sinto preparado para vencer no Havaí. É claro que vou treinar bastante, já me sinto preparado.

    Quem é o atleta que mais o intimida no circuito?
    Todos têm potencial para ganhar qualquer etapa, respeito todos e tenho medo de todos, do 34º ao primeiro.

    A praia de Supertubos (Peniche) fez jus ao nome?
    O mar estava difícil, era como uma loteria: você tinha que estar no lugar certo, na hora certa. É um risco que se corre, eu tive uma má sorte, acabei perdendo por uma diferença muito pequena, de menos de um ponto, mas neste ano o mar não vingou.

    A impressão era que você estava frustrado com as ondas e queria sair do mar o quanto antes. Já sabia o resultado quando tomou a decisão?
    Eu sabia que faltavam ainda poucos minutos, mas não sabia o quanto, pois não tinha escutado. Quando encontrei a minha mãe, ela me disse: "Você saiu da bateria, faltava ainda dois minutos!".

    Você entrou no WTC em 2011 e já é considerado o principal rival de Slater. Isso o motiva ou tem sentido muito a pressão?
    Me motiva, ele é o melhor surfista que já existiu, é 11 vezes campeão mundial e, com 42 anos, continua brigando pelo título. Kelly serve de exemplo e hoje posso estar frente a frente com ele.

    Você tem amuleto da sorte?
    Amuleto da sorte, não. Eu oro todos os dias durante os campeonatos, antes de entrar na água e costumo orar antes de dormir. Esse é o único ritual que eu tenho, é onde eu busco concentração.

    Qual foi a melhor onda que você já surfou?
    Foram as de Fiji e a de Teahupoo, são minhas favoritas.

    Quando não está treinando, o que gosta de fazer?
    Fico bastante na internet, converso com os meus amigos, entro no Instagram. Quando meu irmão está em casa, jogo videogame. Também gosto de comer. Como de tudo e não consigo seguir uma alimentação rigorosa.

    Isso não atrapalha?
    Eu tenho 20 anos. Tudo o que eu como eu queimo na água, passo o dia no mar, então não engordo nunca.

    Pipeline tende a ser mais fácil ou mais difícil que Peniche?
    Com certeza a etapa portuguesa foi mais difícil. Em Pipeline será mais fácil, se Deus quiser. Quero representar bem o Brasil e o título está muito perto.

    Damien Pullenot/Efe
    Gabriel Medina surfa durante etapa de Peniche (Portugal) do circuito mundial
    Gabriel Medina surfa durante etapa de Peniche (Portugal) do circuito mundial

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