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    Cartilha de Dunga proíbe chinelos e obriga jogadores a cantar hino

    BERNARDO ITRI
    DE DO PAINEL FC
    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    23/10/2014 02h00

    A seleção brasileira sob o comando de Dunga tem um código de conduta rigoroso, formal e que veta chinelos, bonés, brincos, celulares, manifestações políticas e obriga os jogadores a pagarem até ligações telefônicas.

    A Folha teve acesso à cartilha distribuída aos jogadores da seleção para a disputa dos últimos quatro amistosos da nova era Dunga, após o fracasso na Copa do Mundo. O documento já existia em outras gestões, mas foi modificado pela nova comissão técnica para criar maior rigor na conduta dos atletas.

    Nesta quinta-feira (23), na convocação dos jogadores para os próximos amistosos da seleção brasileira, Gilmar Rinaldi, coordenador técnico da CBF, e Dunga confirmaram a existência da cartilha.

    "São códigos de conduta que existem para a boa harmonia. É como em uma empresa ou em uma família. Já existiam normas, mas sugerimos algumas coisas novas para o bom convívio", afirmou o técnico da seleção.

    O código contém 16 tópicos, detalhando como os jogadores e membros da comissão técnica devem agir durante os amistosos e torneios do time nacional.

    Define, por exemplo, que "não é permitido o uso de bonés, brincos e outros acessórios" enquanto os atletas estiverem concentrados com a seleção brasileira. É vetada "a utilização de chinelos": ordena que os jogadores vistam "tênis e meia".

    A medida, implantada por Dunga e sua comissão técnica, confronta com o que aconteceu na Copa-14 –jogadores circulavam nas concentrações do Mundial com bonés, brincos e chinelo livremente.

    Reza a cartilha ainda que os atletas se apresentem à seleção "em traje social".

    Outra novidade implantada pela nova comissão técnica foi a proibição do uso de celulares, iPads, laptops e outros equipamentos eletrônicos quando o elenco estiver reunido. O código proíbe a utilização desses objetos nas preleções do time, vestiários e até em refeições.

    Na Copa no Brasil, atletas não tinham restrição para usar celular nas refeições.

    O convocados também são orientados a ficar reunidos até que todos os colegas terminem a refeição. Com um detalhe especial: é o capitão o primeiro a deixar a mesa: no caso, Neymar.

    A cartilha distribuída veta ainda que os jogadores façam qualquer tipo de manifestação política ou religiosa enquanto estiverem com a seleção. E diz, como prega o presidente da CBF, José Maria Marin, que todos atletas cantem o hino nacional.

    A necessidade dos jogadores em cumprir os horários estipulados pela comissão técnica é mais um item listado no documento. O lateral direito Maicon, inclusive, desobedeceu esta norma e acabou cortado da seleção na viagem para os Estados Unidos, em setembro.

    O código de conduta, aliás, diz que o descumprimento de qualquer dos itens listados podem gerar três tipos de punição aos jogadores: advertência, multa e, por fim, o desligamento da delegação.

    Além de todas essas obrigações, os convocados por Dunga também assumem, segundo a cartilha, que pagarão as "despesas extras". Entre esses gastos estão custos com excesso de bagagem, ingressos para os jogos e tarifas telefônicas.

    Rafael Ribeiro/CBF
    Daniel Alves e Neymar, com brincos e bonés, durante viagem da seleção na Copa
    Daniel Alves e Neymar, com brincos e bonés, durante viagem da seleção na Copa
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