O técnico da seleção brasileira, Dunga, cedeu à pressão dos clubes e não convocou nenhum jogador que atua no país para os amistosos contra Turquia, no dia 12 de novembro, e Áustria, no dia 18. Apenas jogadores que atuam na Europa foram chamados.

Antes da divulgação da lista, nesta quarta-feira (23), o presidente da CBF avisou que pediu ao técnico que "conciliasse as necessidades dos clubes e da seleção".

	Gustavo Serebrenick/Brazil Photo Press/Folhapress
	Dunga não convocou atletas que atuam em clubes brasileiros

"Mantemos contatos com vários treinadores e dirigentes e somos sensíveis da responsabilidade que os clubes tem. Abrimos mão de alguns jogadores brasileiros e daremos oportunidades para quem está na Europa. Era o momento oportuno de cada um ceder um pouco", afirmou o técnico.

Os dois amistosos de novembro coincidirão com duas rodadas decisivas do Brasileiro (34ª e 35ª) e, principalmente, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, em 12 de novembro.

Dunga acatou a decisão da CBF, mas lamentou não poder manter a base que conquistou quatro vitórias nos quatro primeiros jogos desde seu retorno - 1 a 0 sobre Colômbia e Equador, 2 a 0 na Argentina e 4 a 0 no Japão. Os titulares Jefferson, do Botafogo, e Diego Tardelli, do Atlético-MG, não foram chamados, além dos reservas Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, do Cruzeiro, Robinho, do Santos, e Gil e Elias, do Corinthians.

Na convocação anterior a desta quinta, devido a lesões, Dunga também havia chamado os são-paulinos Souza e Kaká.

"Quando começamos a encaixar tivemos essa situação com os clubes, mas temos que entender. Pode ser uma boa oportunidade de observar outros jogadores", disse Dunga, mudando o discurso que havia feito após as duas convocações anteriores que fez.

"Quem não quiser ter jogadores convocados pode mandar uma carta dizendo isso. Nós atenderemos o pedido. Só acredito que nenhum clube vai fazer isso", disse Dunga em setembro, quando fez a convocação para a data Fifa de outubro.

Nenhum time chegou a enviar uma carta pedindo para que não se convocasse seus atletas, como havia sugerido Dunga, mas dirigentes e treinadores ligaram ao treinador, ao coordenador de seleção Gilmar Rinaldi e à cúpula da CBF pedindo que os atletas fossem poupados nesta reta final. O presidente José Maria Marin pediu a não convocação de jogadores que atuam no Brasil e Gilmar e Dunga acataram.

As principais novidades da lista foram as voltas de Thiago Silva, que não tinha sido convocado desde a Copa do Mundo, e de Lucas.

O zagueiro do PSG era capitão do time de Luiz Felipe Scolari e estava lesionado e o meia-atacante nem havia sido chamado para a Copa. Outra novidade foi a convocação do meia-atacante Roberto Firmino, 23, do Hoffenheim, da Alemanha. Nascido em Maceió, ele teve curta passagem pelo Figueirense, quando em 2010 deixou o clube para jogar na Alemanha.

Outro jogador convocado pela primeira vez foi o atacante Luiz Adriano, 27, ex-Inter e que atualmente defende o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Na terça ele fez cinco gols na vitória de seu time por 7 a 0 sobre o Bate, pela Liga dos Campeões, e igualou recorde de Lionel Messi.

Para coordenar o time na viagem à Europa, a CBF escolheu Oscar Bernardi, ex-zagueiro da seleção e do São Paulo.

GOLEIROS
Rafael (Napoli)
Neto (Fiorentina)
Diego Alves (Valencia)

LATERAIS
Danilo (Porto)
Alex Sandro (Porto)
Filipe Luis (Chelsea)
Mário Fernandes (CSKA)

ZAGUEIROS
David Luiz (PSG)
Miranda (Atlético de Madri)
Marquinhos (PSG)
Thiago Silva (PSG)

MEIO-CAMPISTAS
Fernandinho (Manchester City)
Casemiro (Porto)
Rômulo (Spartak Moscou)
Firmino (Hoffenheim)
Lucas (PSG)
Luiz Gustavo (Wolfsburg)
Oscar (Chelsea)
Philippe Coutinho (Liverpool)
Willian (Chelsea)

ATACANTES
Luiz Adriano (Shakhtar Donetsk)
Neymar (Barcelona)
Douglas Costa (Shakhtar Donetsk)