A festa em Maceió foi a mesma de Sinsheim. Parentes, amigos e imprensa lotaram a casa de dona Cícera Firmino na capital alagona.

Tudo por causa do filho, Roberto Firmino, 23. Na cidade alemã, ele comemorava a primeira convocação para a seleção brasileira.

O meia-atacante foi a surpresa da lista de Dunga para os amistosos contra Turquia e Áustria, em novembro.

"O dia dele chegou. Ele saiu de casa muito jovem para buscar o sonho de ser jogador", disse Cícera à Folha.

Firmino deixou a casa dos pais aos 16 anos. Passou pelas categorias de base do CRB e jogou um ano no Figueirense, antes de se transferir em 2011 para o Hoffenheim (ALE), onde está até hoje.

"Saí muito cedo do Brasil. Sei que tem muita gente que não me conhece. É a chance que tenho para mostrar meu potencial em campo. Vestir a camisa da seleção... É uma coisa que eu não imaginava que pudesse acontecer", disse o brasileiro, autor de 16 gols na última temporada do Campeonato Alemão.

O telefone de Firmino não parou de tocar. Igual ao de Cícera, sempre ao lado de outros familiares próximos, como o tio Márcio.

"Minha mãe me ligou, empolgada. Agora que chegou minha chance, não quero deixar passar. Quero mostrar que mereço ser convocado. O jeito é ficar calmo e ser o mesmo jogador do Hoffenheim", completou o novo nome da seleção de Dunga.

Foi um caminho tortuoso até seu nome aparecer na lista da CBF. Saiu do CRB por causa de uma briga de empresários. Um dentista de Maceió, amigo da família, o levou para o Figueirense.

Quando apareceu a chance de se transferir para a Europa, não pensou duas vezes. Tinha 20 anos e ninguém o conhecia. "Ele fez bem. Sempre foi muito diferente dos outros em campo. Acho que chegou na seleção para ficar", diz Jean Carlos dos Santos, seu técnico nas categorias de base no CRB.