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    Rebaixada, Portuguesa quer demolir Canindé e vender parte do terreno

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    30/10/2014 01h59

    Julia Chequer/Folhapress
    Canindé, casa da Portuguesa, na zona norte de São Paulo
    Canindé, casa da Portuguesa, na zona norte de São Paulo

    Rebaixada pela primeira vez para a Série C do Campeonato Brasileiro, a Portuguesa planeja negociar parte do terreno do Canindé com a iniciativa privada para sobreviver.

    Atolado em dívidas na casa de R$ 100 milhões, o clube tenta tirar do papel a ideia de demolir seu estádio e construir outro menor em um espaço da área atual do clube.

    "Do jeito que está não dá. Tive de pagar as contas de água e funcionários com meu dinheiro. Não temos caixa para bancar o futebol. A folha salarial está atrasada há três meses. E jogador que não recebe não joga direito", disse o presidente Ilídio Lico.

    As primeiras discussões sobre o 2015 da vice-campeã brasileira de 1996 serão feitas em reunião do conselho deliberativo nesta quinta (30), dois dias após o descenso.

    Lanterna da Série B, a Portuguesa teve a queda para a terceira divisão decretada com cinco rodadas de antecedência ao ser derrotada por 3 a 0 pelo Oeste, na terça (28).

    Agora, para se reerguer e sair de um estado de "pré-falência", como define o presidente do conselho deliberativo Marco Antônio Teixeira Duarte, o clube busca um parceiro para bancar a reconstrução do Canindé e transformá-lo em espaço lucrativo.

    "Estamos analisando esse projeto. Queremos criar um complexo maravilhoso, nos moldes da arena do Palmeiras, mas dez mil vezes melhor", disse Teixeira Duarte.

    A ideia, explicou Lico, é que uma empresa banque a demolição do atual Canindé e construa um estádio menor na área. A contrapartida seria dar a esse parceiro o direito de explorar comercialmente o espaço sobressalente.

    De fato, os 21 mil lugares de capacidade do Canindé foram demais para a Lusa na Série B. O público pagante somado de seus 15 jogos em casa na segunda divisão não chegou a 18 mil pessoas.

    Em vez de lucro, os jogos realizados no estádio paulistano deram um prejuízo de mais de R$ 270 mil ao clube durante a segunda divisão. Só a partida contra o Vasco colocou dinheiro nos cofres lusitanos. E só R$ 35 mil.

    "O clube precisa de torcedores tanto quanto o rio precisa de água para sobreviver. Hoje, não temos isso. Nossas receitas não cobrem nem o custo do estádio", adicionou o presidente da Portuguesa.

    PARCEIROS NO FUTEBOL

    Além de terceirizar o espaço do Canindé, Lico também planeja encontrar parceiros para, mesmo atolado em dívidas, montar um elenco que evite a queda do clube para a segunda divisão do Paulista.

    "Vamos atrás de empresários, de grupos parceiros para nos ajudarem. Mas garanto que não vamos abrir mão do controle do futebol."

    O recado é dado para o Audax, também da primeira divisão estadual, que ofereceu seu elenco para atuar com a camisa da Portuguesa na Série B, além de um aporte financeiro, como se fosse um aluguel da vaga. O acordo foi rejeitado pelo dirigente.

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