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    Igualdade de gêneros pode ajudar país na Olimpíada, aponta estudo

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    02/11/2014 02h00

    Nos Jogos de Londres, em 2012, todos os 204 países tiveram ao menos uma mulher em sua delegação. Arábia Saudita, Qatar e Brunei, que nunca haviam sequer inscrito uma atleta, participaram da Olimpíada com mulheres.

    Este marco inédito mostra um dos fatores que podem ajudar um país a evoluir no quadro de medalhas de uma Olimpíada.

    Segundo estudo da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), de Vancouver, no Canadá, a igualdade de gêneros é dos principais aspectos que turbina a conquista de medalhas em olimpíadas.

    No trabalho, os pesquisadores da Escola de Negócios da UBC compararam os feitos olímpicos de 121 países em Londres-2012 e nos Jogos de Inverno de Sochi-2014 com a análise destas nações no Relatório Global sobre Desigualdade de Gênero, do Fórum Econômico Mundial de 2013.

    Para saber a importância do impacto da igualdade de gêneros, eles isolaram este de outros fatores, como renda, produto interno bruto, população e latitude (posição geográfica do país), índices normalmente utilizados para explicar o sucesso olímpico.

    Ormuzd Alves - 28.jul.1996/Folhapress
    Jacqueline Silva e Sandra Pires comemoram vitória na Olimpíada de Atlanta-1996
    Jacqueline Silva (dir.) e Sandra Pires comemoram vitória na Olimpíada de Atlanta-1996

    "Todos os fatores são importantes e desempenham papéis únicos na previsão de medalhas", explica a professora Jennifer Berdahl à Folha.

    Obviamente, uma potência olímpica não se define apenas pela igualdade de gênero, ou a Islândia seria a maior campeã dos Jogos seguida de Finlândia, Noruega e Suécia, conforme o ranking do Fórum Econômico Mundial de 2013.

    "Mas a igualdade de gênero foi o mais significativo e robusto no prognóstico de sucesso olímpico de um país após o produto interno bruto", diz a autora do estudo que será publicado em janeiro.

    Segundo ela, países com maior igualdade de diretos entre homens e mulheres na política, educação, saúde e expectativa de vida chegam mais ao pódio nos Jogos.

    Um dado que surpreendeu a autora do estudo foi o fato de a igualdade também beneficiar o resultado masculino.

    Para Berdahl, a explicação seria o fato de que em "sociedades com rígidos papéis de gênero, as mulheres são incentivadas a serem recatadas e os homens considerados femininos são deixados de fora do esporte cedo".

    Assim, com a igualdade, todos acabam vencendo.

    Editoria de Arte/Folhapress

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