Quando a F-1 se despedir de Interlagos, no próximo domingo, depois da disputa do GP Brasil, a penúltima etapa do campeonato deste ano, irá também dar seu adeus definitivo às suas apertadas e desatualizadas instalações.

Como parte de um processo de modernização e readequação que teve início neste ano, o autódromo paulistano ganhará o primeiro paddock completamente coberto dentre os circuitos que abrigam provas da principal categoria do automobilismo mundial.

A estrutura será permanente e cobrirá desde a parte de trás dos boxes até os escritórios usados pelas equipes no autódromo paulistano.

Tocado pela SPObras, o projeto ao qual a Folha teve acesso ainda inclui a construção de uma nova torre de controle, novos boxes e escritórios maiores e mais modernos para os times. A reforma ainda prevê o alargamento do paddock e o aumento no pé direito das garagens para atender às exigências da FIA.

"Com estas obras Interlagos terá um lugar entre os autódromos mais modernos do mundo. Esta grande reforma, que inclui a cobertura total do paddock, algo inédito na F-1, vai trazer mais conforto e segurança para as equipes", afirmou Roberto Garibe, secretário municipal de infraestrutura urbana e obras.

Há muito tempo pedidas pelas equipes, que reclamam das condições de trabalho no paddock paulistano, as obras devem ter início apenas no ano que vem, já que ainda estão em processo de licitação.

	Marcel Merguizo/Folhapress
	Vista de parte do paddock de Interlagos durante o GP de F-1 de 2013

Pelo edital, que foi publicado no último dia 23, as empresas interessadas em fazer a reforma em Interlagos têm até o dia 18 de novembro para entregar suas propostas.

"Por conta do processo, a previsão é de que o contrato seja assinado até o fim do mês para que as obras comecem em janeiro e fiquem prontas antes do GP de 2015", completou Garibe sobre a prova prevista para 15 de novembro.

O custo total das reformas no autódromo paulistano, incluindo as obras que começaram no ano passado e as do próximo, é de R$ 160 milhões.

Deste valor, R$ 47 milhões foram usados para deixar o circuito pronto para a corrida deste domingo. Entre elas estão uma nova e mais larga entrada para os boxes, uma nova área de escape no S do Senna, e o total recapeamento do asfalto do circuito, o que não acontecia desde 2007.

Para o ano que vem, a estimativa de gastos está na casa dos R$ 105 milhões. Os custos desta reforma serão bancados pelo governo federal, via o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Há vários anos prometidas pela prefeitura, as obras só saíram do papel após Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F-1, dar um ultimato aos organizadores do GP e dizer que não renovaria o acordo com São Paulo caso mudanças não fossem feitas. Um novo contrato foi assinado neste ano e tem duração até 2020.

	Divulgação
	Ilustração mostra como ficará o paddock coberto