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    Agora a Williams está preparada para vencer, diz diretor técnico da equipe

    TATIANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    08/11/2014 02h00

    Na tabela de classificação, a diferença do desempenho da Williams de 2013 para 2014 é óbvia. E ela pode ser sentida ao se observar o semblante dos membros da equipe. Após uma década sofrível, que culminou com o antepenúltimo lugar no Mundial passado, o time se reencontrou.

    Terceira colocada no campeonato deste ano, foi a única a conseguir quebrar a hegemonia de poles da Mercedes nesta temporada –com Felipe Massa, na Áustria.

    E, apesar de ainda não ter vencido nenhuma prova, a Williams chega ao GP Brasil como maior ameaça a Mercedes, não apenas pelas características do traçado de Interlagos, que se adaptam ao seu carro, como pelo fato de Massa ser especialista na pista.

    As razões para a revolução são várias. Da chegada dos motores Mercedes à reformulação no departamento técnico. Mas, de pilotos a engenheiros, todos apontam o mesmo "culpado": Pat Symonds, 61.

    "Culpado, eu?", questiona o engenheiro inglês à Folha, às gargalhadas. "Somos um time e sou parte da engrenagem. A Williams já tinha um grupo bom de profissionais, mas precisava de direção."

    Symonds chegou à equipe no fim do ano passado tendo em seu currículo passagens pela Toleman e pelas campanhas vitoriosas de Michael Schumacher na Benetton e Fernando Alonso na Renault.

    Mark Thompson - 4.abr.2014/Getty Images
    Pat Symonds, que chegou a Williams no fim de 2013
    Pat Symonds, que chegou a Williams no fim de 2013

    Mas, apesar da experiência, nem o inglês imaginava que a Williams fosse evoluir tanto em tão pouco tempo. "Tinha objetivos que queria atingir em certo tempo, mas realmente diria que o que conseguimos neste ano superou minhas expectativas."

    Folha - Muitas pessoas "culpam" o senhor pelo sucesso da Williams...
    Pat Symonds - Somos um time. Os chefes viram que o declínio da Williams não pararia a não ser que mudanças drásticas fossem tomadas. Eles fizeram movimentos corajosos e hoje temos um grupo técnico mais coerente.

    Dá para apontar o que mudou?
    Várias coisas. Temos sorte de ter o melhor motor do ano, mas não é tudo. Mudanças em áreas em que não estávamos bem ajudaram. Mas acho que cheguei com um olhar novo e encontrei problemas que não estavam sendo mais vistos.

    Poucos achavam que a Williams fosse se manter bem...
    Sim. Eu disse para o pessoal que tínhamos que por o melhor carro possível no grid da Austrália [primeira corridado ano]. Daquele momento em diante, tudo o que fizemos melhorou o carro. Antes, colocávamos muitas partes novas a cada corrida e nada mudava. Entrávamos em pânico. Agora, se trazemos algo que testamos e não funciona, não usamos. Não gastamos mais dinheiro e esforço à toa.

    Qual a expectativa para 2015?
    Vai ser um ano difícil. Acho que Ferrari e Red Bull vão se aproximar um pouco. Quero disputar o campeonato em 2016. Então, se sei que este é meu objetivo, temos que ver o que fazer em 2015 para que isso seja possível. Neste ano não estávamos preparados para vencer, mas amadurecemos e agora estamos.

    Como é sua relação com Felipe Massa e Valtteri Bottas?
    Tenho muita admiração por eles e acho que são os pilotos ideais para onde o time está. Felipe é um piloto muito rápido e um jogador de equipe. Ele ama o time, e o time o ama, o que é importante. Valtteri tem muito talento e vai continuar melhorando. Estamos todos crescendo.

    RAIO-X - PAT SYMONDS

    PERFIL
    Inglês, 61 anos, formado em engenharia aerodinâmica. É diretor técnico da Williams

    ALTOS
    Estreia como engenheiro da Toleman em 1981, onde trabalha com Ayrton Senna. Em 1991, na Benetton, vira engenheiro de Michael Schumacher, com quem é bi mundial. Entra na Renault em 2002, e obtém dois títulos com Fernando Alonso

    BAIXO
    Em 2008, se envolve no escândalo do GP de Cingapura, quando Nelsinho Piquet bate de maneira proposital para ajudar Alonso

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