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    Ministério Público vê indícios de suborno em caso da Portuguesa

    DO UOL

    12/11/2014 10h58

    O Ministério Público do Estado de São Paulo tem fortes indícios de que houve suborno para que a Portuguesa escalasse o meia Héverton de maneira irregular na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. O caso fez com que a Lusa perdesse quatro pontos e fosse rebaixada para a Série B.

    Dentro do Ministério Público, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investiga a movimentação financeira de pessoas que poderiam ter interesse no rebaixamento da Portuguesa, dentro e fora do clube. Se houve mesmo o suborno, descobrir o caminho do dinheiro é a chance de se chegar com precisão aos possíveis envolvidos.

    O promotor Roberto Senise Lisboa, que investiga o caso do rebaixamento da Portuguesa, afirmou que ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre se houve corrupção dentro do clube na escalação do atacante Héverton contra o Grêmio, o que levou ao rebaixamento do clube.

    Rivaldo Gomes - 11.jan.2013/Folhapress
    O meia Héverton durante um treino da Portuguesa
    O meia Héverton durante um treino da Portuguesa

    Segundo ele, as investigações até agora apontam que houve uma série de erros de funcionários da agremiação que levaram ao uso do atleta. Não há comprovação de que alguém tenha recebido dinheiro irregular para prejudicar a Portuguesa e favorecer terceiros.

    "Estamos no estágio de investigação que já relatei antes a todos", afirmou. Segundo ele, para que seja comprovado um caso de corrupção, tem ser identificado o pagamento de uma entidade ou pessoa para um terceiro. E até agora isso não aconteceu. Ainda serão quebrados os sigilos bancários de envolvidos.

    Entre os dados já coletados, o Ministério Público comprovou que a Portuguesa recebeu e-mail da CBF avisando sobre o julgamento e houve conversas entre o advogado do clube e seu departamento jurídico.

    Nessa linha de investigação, trabalha-se com a possibilidade de o dinheiro estar fora do país. Paraísos fiscais como as Ilhas Cayman, no Caribe, ou Punta del Este, no Uruguai, estão no radar. Entre as dezenas de depoimentos colhidos até agora, há indícios de pelo menos um crime financeiro.

    Uma apuração interna dentro da Portuguesa aponta para um "erro administrativo". O Conselho Deliberativo fala em responsabilizar o ex-presidente Manuel da Conceição Ferreira (Manuel da Lupa), civil e criminalmente. Em jogo, estariam pelo menos R$ 30 milhões, valor estimado do prejuízo do clube com o rebaixamento.

    Por meio de sua assessoria de imprensa, o clube afirmou que "se reserva a não comentar sobre as palavras do promotor Roberto Senise, a fim de não prejudicar as investigações do 'Caso Héverton' que ainda não foram concluídas e seguem em ritmo acelerado visando o esclarecimento dos fatos".

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