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    Ministério Público aposta que provas do caso Héverton virão do Gaeco

    ALEX SABINO
    DE SÃO PAULO

    12/11/2014 18h18

    Apesar da convicção de que houve suborno a dirigentes da Portuguesa para que Héverton fosse escalado na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, o promotor da Justiça do Consumidor da Capital, Roberto Senise fala apenas em "indícios" e ainda procura de provas concretas.

    A Folha apurou que ele acredita que essas virão do Gaeco ( Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ). Esse departamento do Ministério Público investiga dados bancários e telefônicos nos envolvidos no caso. Apenas assim será possível determinar se houve pagamento de propina. Em caso positivo, o MP poderia descobrir de onde veio o dinheiro, quem o recebeu e qual seu destino.

    Héverton havia sido suspenso pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em 6 de dezembro do ano passado, dois dias antes da partida da Portuguesa contra o Grêmio. Entrou durante o segundo tempo. Por causa disso, a equipe paulista perdeu quatro pontos e foi rebaixada para a Série B do Brasileiro.

    Em 2014, a Lusa caiu para a Série C. O clube vive séria crise financeira.

    Jorge Araújo/Folhapress
    Torcedores acompanham jogo da Portuguesa, que caiu para a Série C em 2014, no estádio do Canindé
    Torcedores acompanham jogo da Portuguesa, que caiu para a Série C em 2014, no estádio do Canindé

    Tanto Senise quanto a sindicância interna da Portuguesa falam em indícios, mas não conseguiram reunir provas documentais. O promotor e a atual diretoria do clube têm certeza do envolvimento de dois ex-dirigentes e outros dois funcionários do clube.

    O atual vice jurídico, José Luiz Ferreira de Almeida, cita nominalmente o ex-presidente Manuel da Lupa. "Por algum motivo, creio que ele teve culpa, assim como um advogado do clube", disse ele.

    "Eu sei que falam muita coisa sobre mim. Mas no dia em que falarem meu nome, vou processar a todos. Eu coloquei meu sigilo bancário à disposição do Ministério Público e não acharam nada. Estão jogando o nome de gente inocente na lama", reclamou à Folha Valdir Rocha, ex-advogado da Portuguesa.

    Foi ele quem conversou com Osvaldo Sestário, o representante da Portuguesa no julgamento de Héverton, após a suspensão. Segundo ele, aconteceu um erro administrativo que custou caro para a Portuguesa.

    "O GAECO vai investigar as contas de todo mundo? Eu acho ótimo. As minhas estão mais uma vez à disposição. O que eu mais quero é que isso acabe de uma vez", completa Rocha que não conseguiu ainda se recolocar no mercado após deixar o clube do Canindé, em maio. Ele acredita que isso acontece por causa do caso Héverton.

    O ex-presidente Manuel da Lupa divulgou uma nota nesta quarta-feira onde afirma que foi caluniado e quer esclarecimentos do Ministério Público sobre o caso.

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