Valdir Rocha foi advogado da Portuguesa por 15 anos. Saiu do clube em maio na esteira do caso Héverton. Ainda não conseguiu se recolocar no mercado. "Tenho certeza que é por isso", afirmou, por telefone, à Folha.
A escalação irregular do meia na última rodada do Brasileiro de 2013, contra o Grêmio, rebaixou a Lusa e transformou a vida de envolvidos e do próprio clube, que caiu agora para a Série C.
O promotor do consumidor, Roberto Senise, tem a convicção de que houve suborno para que o jogador, suspenso pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), fosse escalado e, com isso, prejudicasse a Lusa.
Ele não tem provas. Fala em "indícios". O mesmo termo empregado pelos atuais dirigentes da equipe.
Senise espera que a comprovação venha do Gaeco, órgão do Ministério Público que investiga o crime organizado. Aguarda que a quebra do sigilo bancário dos suspeitos revele se houve propina, quem pagou, quem recebeu e onde foi parar o dinheiro.
"Por algum motivo, creio que o ex-presidente teve culpa, assim como um advogado do clube", diz o vice jurídico da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida.
Ele fala do ex-presidente Manuel da Lupa, que divulgou ontem nota oficial negando qualquer envolvimento.
Valdir Rocha foi quem recebeu o telefonema de Osvaldo Sestário, representante do clube no STJD, avisando sobre o julgamento que condenou Héverton.
"A gente estava preocupado com o Gilberto [atacante]. Ninguém lembrou do Héverton. Depois puxamos a lista dos jogadores habilitados para jogar no sistema da CBF. O nome do Héverton estava legal. Foi uma sucessão de erros", jura o advogado.
"Eu apresentei ao Ministério Público um documento autorizando a quebra do meu sigilo bancário e da minha família. Não acharam nada porque não tinha nada. Estão jogando o nome de pessoas decentes na lama", completa.
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