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    Fifa denuncia casos de corrupção nas Copas de 2018 e 2022 à Justiça suíça

    DE SÃO PAULO

    18/11/2014 16h13

    Fayez Nureldine/France Presse
    Joseph Blatter (à esq.) conversa com dirigente saudita
    Joseph Blatter (à esq.) conversa com dirigente saudita

    Cinco dias depois de decidir manter as sedes da Copas de 2018 e 2002 apesar de indícios de corrupção, a Fifa apresentou nesta terça-feira (18) uma denúncia à Justiça suíça contra cartolas que podem ter recebido propina no processo de escolha dos organizadores do torneio.

    A entidade anunciou que irá entregar o relatório integral produzido pelo ex-promotor Michael Garcia para que órgão judiciais possam dar continuidade ao trabalho e indiciem quem julgarem necessário -a investigação da Fifa não tinha poder para, por exemplo, quebrar o sigilo bancário dos envolvidos.

    O documento que será disponibilizado à Justiça tem mais de 350 páginas é diferente do que foi divulgado a público na última quinta.

    O comitê de ética da Fifa publicou apenas a versão resumida do relatório (42 páginas), produzida pelo presidente do órgão de decisão do comitê de ética da entidade, Hans Joachim Eckert. Esse documento não traz nomes de vários cartolas que teriam praticados irregularidades.

    As possíveis divergências sobre os dois relatórios revoltaram Garcia, que apelou pela publicação da versão integral.

    De posse do conteúdo da investigação, Eckert concluiu que havia indícios de corrupção no processo, mas que as irregularidades apontadas eram "de alcance muito limitado" e estavam "longe de alcançar um nível que implique retornar ao processo da escolha de sedes e muito menos reabri-lo". O dirigente indicou ainda que não dá para "colocar em dúvida Rússia e Qatar como anfitriões desses torneios".

    "A minha declaração foi baseada no relatório de Garcia, e só posso trabalhar com o material que está ali. Na minha visão, as evidências de irregularidades ou ilegalidades eram insuficientes para que se colocasse em questão o processo como um todo", afirmou Eckert, nesta terça.

    As vitórias de Rússia e Qatar para sediar os Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente, estão em dúvida desde 2010. O antigo vice-presidente da Fifa, Mohammad bin Hammam, é acusado de ter distribuído aproximadamente US$ 5 milhões (cerca de R$ 12 milhões) para garantir votos para o Qatar. A entidade máxima do futebol sempre negou as acusações.

    Por outro lado, a conduta da Inglaterra para receber uma edição da Copa foi considerada problemática. Segundo Eckert, os ingleses se comportaram de forma antiética na sua campanha, tentando barganhar favores com o ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner -ele deixou a entidade em 2011, em meio a acusações e suborno.

    Não demorou muito até que a FA (associação inglesa de futebol) respondesse às crítica. "Nós não aceitamos qualquer crítica a respeito da integridade da candidatura da Inglaterra ou a qualquer pessoa envolvida", afirmou um porta-voz da FA.

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