Se Lewis Hamilton tem uma missão relativamente fácil para conquistar seu segundo título, seu rival na disputa pelo Mundial de F-1 se vê diante de uma tarefa ingrata.

Não apenas Nico Rosberg tem de reverter uma desvantagem de 17 pontos na classificação –para sua sorte neste ano a prova de Abu Dhabi vale o dobro de pontos– como ainda tem de quebrar uma escrita que, desde que o primeiro campeonato da categoria foi disputado, em 1950, só aconteceu uma única vez.

Filho do ex-campeão Keke, o alemão pode se tornar apenas o segundo piloto na história a repetir o feito do pai e conquistar o título da principal categoria do automobilismo.

Só Damon Hill, em 1996, conseguiu repetir o feito de seu pai, Graham, campeão em 1962 e 1968.

Até hoje, 11 filhos trilharam o mesmo caminho de seus pais e chegaram à F-1. No ano que vem, Max Verstappen, filho de Jos, será titular da Toro Rosso e passará a ser o 12º.

Rosberg, que estreou na F-1 em 2006, na Williams, evita falar de comparações com o pai. Mais que isso, sempre evita responder a perguntas que envolvam seu pai, que poucas vezes neste ano esteve no paddock para vê-lo.

"Ele raramente me dá conselhos. Eu sempre escuto, mas isso não necessariamente significa que vou seguir o que ele diz", afirmou Rosberg, que, para repetir o título que o pai conseguiu em 1982 precisa, por exemplo, vencer e torcer para que Hamilton chegue, no máximo, no terceiro lugar na corrida de amanhã, cuja largada será às 11h (horário de Brasília).

"Meu pai é uma pessoa muito sensata e, quando me dá conselhos, não é apenas sobre F-1, mas sobre a vida em geral ou sobre como conduzir minha carreira. Algumas vezes ele comenta sobre uma estratégia ou uma decisão que tomei, mas é raro."

Mesmo que a chance de dar aos Rosberg seu segundo Mundial de F-1 seja pequena, o piloto da Mercedes pode ao menos festejar o fato de que, mesmo sem ter sido campeão ainda, seus números já são melhores que os de seu pai.

Com 165 GPs disputados, tem oito vitórias em seu currículo contra cinco de seu pai, que quando foi campeão, só conquistou um triunfo em toda a temporada de 1982.

O piloto da Mercedes também tem mais pódios (26 contra 17) e poles (14 contra 5).

O quesito no qual eles mais se aproximam é em quilômetros na liderança de corridas. Enquanto Nico tem média 19,6 km por corrida na frente, Keke tinha 19,1 km por GP.

"Prefiro não me comparar ao meu pai. Somos pessoas diferentes e são épocas diferentes", afirmou o alemão.