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    Pela 1ª vez na era do profissionalismo, paulistas vão acabar ano sem título

    RAFAEL REIS
    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    28/11/2014 02h00

    Pela primeira vez desde a implantação do futebol profissional em São Paulo, todos os quatro grandes clubes do Estado vão encerrar um ano sem faturar nenhum título.

    A derrota nos pênaltis do São Paulo para o Atlético Nacional (COL), na quarta-feira (26), nas semifinais da Sul-Americana, acabou com a última oportunidade de taça de um gigante paulista em 2014.

    Corinthians, Palmeiras e Santos já não tinham mais chance de conquistar nada.

    Desde 1933, dois anos antes da fundação do São Paulo, todas as temporadas tiveram pelo menos um título conquistado por um integrante do quarteto paulista.

    Nos anos em que os quatro falharam no Estadual (1986, 1990 e 2004), pelo menos um deles ganhou o Brasileiro.

    Mas, agora, não. O Santos perdeu a decisão do Paulista para o Ituano. O Palmeiras luta contra o rebaixamento no Brasileiro. O São Paulo pode ser vice da Série A, enquanto o Corinthians ainda tenta faturar vaga na Libertadores.

    O torneio de 2014, aliás, nem teve participação paulista pela primeira vez desde 1998, o que mostra que o mau momento das forças do Estado não começou neste ano.

    Editoria de arte/Folhapress

    "Essa é a mostra que erramos ao pensar que quem fatura mais dinheiro vai conseguir melhores resultados. O que define o sucesso ou o fracasso é a gestão dos recursos, é saber equilibrar dinheiro e eficiência", afirmou o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi.

    São Paulo (R$ 364,7 milhões) e Corinthians (R$ 316 milhões) foram os dois clubes que mais arrecadaram no Brasil no ano passado.

    "E o Cruzeiro [R$ 187,9 milhões], com metade do faturamento deles, e receita equivalente à do Palmeiras [R$ 181,2 milhões], que está ameaçado pelo rebaixamento, é o atual bicampeão brasileiro", comentou Somoggi.

    Segundo sua avaliação, os paulistas, apesar de mais ricos que a média, gastam muito dinheiro com negócios ruins–Leandro Damião, centroavante contratado pelo Santos no início do ano e autor de nove gols em 47 jogos, custou R$ 42 milhões.

    A comparação com os mineiros também foi usada pelo técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, para explicar por que os paulistas não protagonizam o futebol nacional.

    "Não existe varinha mágica. O que tem de existir são profissionais sérios. Atlético-MG [campeão da Copa do Brasil] e Cruzeiro, que hoje estão na nossa frente, têm filosofia de manter o trabalho a longo prazo e isso dá resultado."

    Palmeiras e Santos são os times com elencos mais inchados do Brasileiro (42 e 36 atletas, respectivamente), enquanto São Paulo e Corinthians reformularam suas equipes durante o ano.

    VIDA NOVA?

    "A perspectiva é que os quatro clubes fechem o ano com as contas no vermelho."

    A previsão feita por Somoggi mostra que 2015 também não deve ser um ano de vida fácil para os paulistas.

    Palmeiras, Santos e Corinthians têm eleições marcadas para os próximos três meses e devem trocar de técnico em 2015. Os planejamentos também ainda estão abertos e dependem das urnas.

    No Palmeiras, a indefinição passa ainda pela possível queda para a Série B. No Santos, o que incomoda é o provável desmanche para melhorar o balanço financeiro.

    O São Paulo já sabe que vai perder o meia Kaká, que vai para os EUA. E o Corinthians ainda não renovou contrato com atacante Guerrero.

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