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    Família, Muricy e Libertadores fizeram Rogério Ceni adiar aposentadoria

    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    29/11/2014 02h00

    Os bons desempenhos neste segundo semestre, a chance de disputar outra Libertadores e a expectativa de voltar a ser campeão levaram Rogério Ceni a voltar atrás na decisão de se aposentar ao fim da atual temporada.

    O ambiente positivo no São Paulo e o incentivo de amigos e torcedores também contribuíram para a resolução.

    O goleiro de 41 anos (faz 42 em 22 de janeiro) estava bastante indeciso há um semana, quando jogou com o Santos, em Cuiabá. Chegou a consultar o pai, Eurides Ceni, 76, sobre o que deveria fazer. Ouviu que deveria confiar nos próprios instintos.

    Foi o que fez. O goleiro e capitão do time prorrogou o contrato com o São Paulo até 5 de agosto de 2015, data que coincide com o desfecho da Libertadores, certo de que pode ser protagonista. O anúncio foi feito na manhã desta sexta (28) pelo presidente do clube, Carlos Miguel Aidar.

    E o acordo não é definitivo. O cartola avisou que, se o São Paulo for campeão, vai estender o contrato do goleiro até a disputa do Mundial de Clubes, em dezembro de 2015.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Dois fatos foram definitivos para o camisa 1 mudar os planos. A eliminação do São Paulo na semifinal da Copa Sul-Americana, após derrota nos pênaltis para o Atlético Nacional (COL), na última quarta (26), e as palavras que ouviu do técnico Muricy Ramalho logo após a queda, ainda nos vestiários do Morumbi.

    "Muricy foi peça fundamental. Tenho uma convivência com ele de mais de 20 anos. Ele falou quem sabe nós perdemos essa para ganhar uma Libertadores, e eu gostaria muito que você ficasse porque você será muito importante'. Isso pesou", disse Ceni à TV oficial do clube.

    O pai de Ceni acredita que a falta de um título na temporada e a perspectiva de quebrar o jejum em 2015 também instigaram o goleiro a ficar.

    "Se o São Paulo fosse campeão da Sul-Americana, creio que a aposentadoria seria agora. O desejo dele é se despedir com taça. Ele está lá desde os 17 anos e tem muito amor pelo São Paulo. Não pode sair de outro jeito", disse Eurides à Folha.

    Ceni também sentiu-se confiante por causa das atuações nos últimos jogos –um contraste com o primeiro semestre, quando o time tinha dificuldades para definir partidas e até o goleiro chegou a cometer falhas significativas.

    COBRANÇAS

    O fico também foi acompanhado de cobranças para a diretoria e também para o time. O goleiro lembrou que o meia Kaká não vai ficar em 2015 –está emprestado pelo Orlando City (EUA) até dezembro– e que é preciso pensar em contratações para manter o São Paulo forte.

    "[Kaká] acrescentou muito. Vamos tentar compensar isso com contratações, com fortalecimento do grupo e com a manutenção do bom ambiente", disse o goleiro.

    Ceni também lembrou que o São Paulo ainda tem uma missão em 2014. A equipe faz mais dois jogos pelo Brasileiro e precisa de ao menos um ponto para obter a vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Caso contrário terá de jogar a fase eliminatória.

    O São Paulo enfrenta o Figueirense, no domingo (30), no Morumbi, em duelo que o goleiro jogará com camisa especial –originalmente pensada para sua aposentadoria.

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