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    Bianchi não desacelerou o suficiente, aponta relatório

    DE SÃO PAULO

    03/12/2014 16h22

    A água na pista de Suzuka e o fato de Jules Bianchi não ter diminuído a velocidade de seu carro o suficiente foram apontadas como algumas das causas do acidente sofrido pelo piloto francês no GP do Japão, em outubro, que o deixaram com graves lesões cerebrais –ele permanece internado em um hospital na França em estado grave porém estável.

    As conclusões foram apresentadas ao Conselho Mundial da FIA nesta quarta-feira, em Doha, pelo painel criado pela entidade que comanda o automobilismo para averiguar as causas do acidente e apontar sugestões para que algo parecido não se repita.

    O grupo de dez pessoas, entre elas Ross Brawn, Stefano Domenicali, Emerson Fittipaldi e outros, produziu um documento de 396 páginas no qual fez algumas recomendações que devem ser colocadas em prática a partir do próximo Mundial de F-1, que começa em 15 de março, na Austrália.

    Entre as medidas sugeridas pelo painel está a de que a velocidade dos carros sob bandeira amarela seja efetivamente respeitada pelos pilotos _um sistema chamado de "safety car virtual"será implementado pela FIA no ano que vem para assegurar que isso aconteça.

    De acordo com o relatório produzido pelo grupo, Bianchi "não diminuiu a velocidade o suficiente para evitar a perda do controle de seu carro", o que poderia ter evitado o choque contra o guindaste que estava na caixa de brita para retirar o carro de Adrian Sutil, da Sauber.

    "Se os pilotos respeitarem os requisitos de bandeiras amarelas duplas, nem os competidores nem os fiscais de pista devem ser colocados sob perigo físico imediato", afirma o documento divulgado pela FIA nesta quarta-feira.

    Hiroshi Yamamura/Efe
    Paramédicos socorrem Jules Bianchi após acidente no GP de Suzuka
    Paramédicos socorrem Jules Bianchi após acidente no GP de Suzuka

    Ainda de acordo com as conclusões do painel, a ideia de implementar cockpits fechados na F-1 não teria ajudado a evitar os ferimentos sofridos pelo piloto da Marussia. "As forças envolvidas no acidente eram muito grandes, já que um carro de 700 kg atingiu um guindaste de 6.500 kg a uma velocidade de 126 km/h. Simplesmente não há estrutura de impacto em um carro de F-1 para absorver a energia de um impacto como esse sem destruir a célula de sobrevivência do piloto ou gerar desacelerações mortais", diz o relatório.

    Bianchi acidentou-se na 43a volta do GP do Japão e foi imediatamente levado de ambulância para um hospital na região de Suzuka. Na mesma noite de domingo ele foi operado e ficou internado na unidade de tratamento intensivo até ser transportado, há cerca de dez dias, para um hospital na França, perto de onde sua família mora.

    Os boletins médicos divulgados pelos Bianchi não são específicos quanto ao estado de saúde do piloto da Marussia e dizem apenas que as lesões foram graves e extensas, mas que ele continua lutando por sua vida.

    Entre as recomendações sugeridas pelo painel à FIA para evitar que novos acidentes como este se repitam estão a de que as corridas não devem começar a menos de quatro horas do anoitecer, a não ser no caso das provas noturnas, para assegurar que a visibilidade dos pilotos não seja prejudicada e a de que o calendário do Mundial deve ser feito tentando evitar a época das chuvas nos países –um tufão passou pelo Japão no final de semana da prova deste ano.

    O grupo ainda sugere que os sistemas de drenagem das pistas sejam mais eficientes e que pilotos novos passem por testes para estarem a par de todos os procedimentos durante um final de semana de corrida.

    Apesar de afirmar que a qualidade dos pneus não teve influência no acidente, o grupo sugere que o fornecedor de pneus da F-1 tenha direito a um teste ano em pista molhada para assegurar que a tecnologia usada é a melhor disponível a cada temporada.

    De acordo com o relatório, todos os procedimentos de safety car e de remoção de Bianchi foram feitos da maneira adequada.

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