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    As empresas são reféns das entidades, afirma João Paulo Diniz

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    18/12/2014 02h00

    Empresário e membro do Lide Esporte, associação de líderes empresariais fundada em 2003, João Paulo Diniz, 50, acredita que um acordo que 16 grandes empresas públicas e privadas responsáveis por investimentos milionários nas confederações esportivas brasileiras estão prestes a assinar para fiscalizar o uso das verbas no esporte será como uma espécie de selo de qualidade.

    Pioneiro em ações no esporte, ele acredita que o modelo atual de relação patrocinador-patrocinado está ultrapassado. "Geralmente, é cruzar o dedo e torcer para dar tudo certo. Não tem auditoria. A empresa acaba botando dinheiro e fica refém."

    Zanone Fraissat/Mônica Bergamo
    João Paulo Diniz na inauguração de academia em São Paulo
    João Paulo Diniz na inauguração de academia em São Paulo

    Diniz afirma que o pacto, se atingir um mínimo de equilíbrio nesta equação, tem tudo para dar certo.

    *

    Folha - Como surgiu a ideia do pacto? Qual pode ser a influência dele no esporte?
    João Paulo Diniz - O grande motor do esporte brasileiro é o dinheiro das empresas públicas e privadas. Se conseguirmos estabelecer um mínimo de equilíbrio entre empresas e confederações, tem tudo para dar certo. Acredito que essa crise do Banco do Brasil com a CBV [Confederação Brasileira de Vôlei] teve muito a ver com o início das conversas. O Banco do Brasil se envolveu desde o início, por ver a importância de um acordo como este.

    Por que as empresas não se organizaram antes?
    As empresas são um pouco reféns destas entidades. Acabam colocando dinheiro nelas, mas muitas vezes não tem respaldo nem transparência. É cruzar os dedos e torcer para tudo dar certo. Muitas vezes, não se sabe se vai chegar ao destino final. O pacto pode ajudar a mudar isso. Ele acabará sendo um selo. As maiores empresas já estão nele. O pacto será totalmente transformador. A partir do momento em que estiver firmado, vai causar um impacto rapidamente.

    Contratos entre empresas e confederações serão reexaminados? Como funcionará a supervisão?
    O pacto está sendo redigido, mas haverá alguns entraves. Não queremos atrapalhar os contratos vigentes nem descontinuá-los.

    Atualmente, são 16 empresas signatárias. A ideia é chegar a qual número?
    O pacto só vai funcionar plenamente se todos estiverem dentro. Estamos atrás de mais adesões, mas não acho que será um problema. Mesmo alguns dos principais bancos do país, que são concorrentes, estão juntos no pacto. É difícil alguma empresa se pronunciar contra uma iniciativa dessa. É importante que não entrem só as empresa privadas, mas as públicas também.

    Um escândalo como o do Banco do Brasil e CBV afugenta investidores?
    Geralmente, afastam entidades. Agora, com a nova lei anticorrupção, as empresas estão preocupadas sobre onde vão colocar seu dinheiro. O Banco do Brasil tinha uma preocupação, uma angústia em pôr tanto dinheiro. Só sabia que punha recursos e torcia para dar certo, não tem como aferir. No esporte, era como uma caixa-preta, não dava para saber se era bem-feito.

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