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    Empresas vão assinar pacto inédito para fiscalizar uso de verba no esporte

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    18/12/2014 01h58

    Preocupadas com o destino de seus recursos, 17 grandes empresas públicas e privadas responsáveis por investimentos milionários nas confederações esportivas brasileiras estão prestes a assinar pacto para fiscalizar o uso das verbas e também se blindarem de escândalos.

    Entre os signatários está o Banco do Brasil, que na última quinta (11) suspendeu patrocínio anual de R$ 70 milhões à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) por irregularidades constatadas em relatório da CGU (Controladoria-Geral da União).

    A iniciativa tem por objetivo estabelecer e unificar regras mais rigorosas de gestão, integridade e transparência e as impor aos órgãos esportivos que recebem dinheiro. As companhias também terão de seguir cláusulas. A supervisão ficará a cargo de uma governança a definir, mas todas se autorregularão.

    O acordo setorial está em discussão final e deve ser lançado publicamente em abril.

    As bases têm sido discutidas em reuniões periódicas, mas terão itens baseados na lei anticorrupção, que vigora desde janeiro. E nas alterações de 2013 na Lei Pelé, que limitaram mandatos de cartolas, determinaram regras de transparência e obrigaram maior participação de atletas em decisões das entidades.

    Três encontros já ocorreram, inclusive um no início deste mês. Um outro, definitivo, está previsto para janeiro. Segundo representantes das empresas, trata-se de um pacto inédito no mundo.

    Além do Banco do Brasil, aderiram instituições públicas e privadas como Ambev, Adidas, Nike, McDonald's, Correios, Itaú, Nestlé, Pão de Açúcar e P&G, entre outras.

    Os investimentos no esporte de parte delas alcança, pelo menos, R$ 550 milhões por ano. A meta é aumentar o número de signatárias antes da conclusão do pacto.

    A ONG Atletas pelo Brasil, o Instituto Ethos, o Lide Esporte e Mattos Filho Advogados têm ajudado a redigir o acordo e atuado como facilitador entre as companhias.

    A percepção do empresariado é de que nem sempre há clareza no emprego dos repasses feitos e que, em muitos casos, a interação entre as partes é uma "caixa-preta".

    "Com o pacto, a expectativa é de que juntas elas apliquem as regras e haja mais profissionalismo e gestão no esporte brasileiro", afirmou Daniela Castro, diretora-executiva da Atletas pelo Brasil.

    Segundo ela, o Banco do Brasil foi uma das primeiras empresas no pacto, antes da crise com o vôlei.

    De acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, José Antonio Martins Fernandes, "toda iniciativa que vise a transparência e aumento dos investimentos" é bem vista.

    "A união das empresas em muito ajudará o aumento da confiança de que o investimento no esporte é um bom negócio para elas e para as confederações", diz.

    EMPRESAS NO ACORDO

    Principais patrocínios

    Adidas
    Copa do Mundo da Fifa

    Ambev
    Copa do Mundo da Fifa e Confederação Brasileira de Futebol

    Banco do Brasil
    Confederação Brasileira de Vôlei, em suspenso no momento

    BRF
    Confederação Brasileira de Judô, de Desportos Aquáticos e de Futebol

    Correios
    Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, de Tênis, de Handebol e Jogos Olímpicos do Rio

    Itaú
    Copa do Mundo da Fifa e Confederação Brasileira de Futebol

    McDonald's
    Jogos Olímpicos

    Nestlé
    Copa do Mundo da Fifa, Confederação Brasileira de Futebol e equipe de vôlei

    Nike
    Comitê Olímpico do Brasil, Confederação Brasileira de Atletismo e de Futebol

    Nissan
    Rio-2016

    P&G
    Jogos Olímpicos

    Oakley
    Atletas de skate, surfe, vôlei de praia entre outros

    Pão de Açúcar
    Atletismo

    Tetra Pak
    Projetos esportivos diversos

    Volkswagen
    Projetos ligados ao futebol

    Construtora Passarelli
    Projetos em áreas sociais

    Bradesco
    Jogos Olímpicos-2016, Confederação Brasileira de Basquete e Confederação Brasileira de Rugbí, entre outras

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