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    Banimento de investidor deve iniciar correria para fechar acordos em 2014

    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    19/12/2014 15h53

    A Fifa decidiu que investidores só podem ter participação nos direitos econômicos de jogadores até maio de 2015.

    A partir de 1° de janeiro e até maio, qualquer acordo só terá validade de um ano, o que, na opinião de especialista, pode realizar uma verdadeira correria nesses 12 últimos dias de 2014 para assinaturas de contrato entre investidores e clubes.

    "Quem assinar hoje (19 de dezembro) pode fazer valer um contrato de cinco anos, que para o investidor interessa, já que tem tempo para que o jogador possa ir bem no clube brasileiro e ser vendido. Mas se assinar em 1° de janeiro, o contrato vale só por um ano", disse Marcos Motta, advogado especializado em direito desportivo e um dos dez membros da comissão criada pela Fifa para analisar a questão dos investidores no futebol.

    "Que investidor vai colocar dinheiro, principalmente em jogador jovem, esperando que seja vendido em um ano?", afirmou Motta.

    Contratos já firmados serão cumpridos até o final. De janeiro até maio de 2015, novos acordos poderão ser feitos, mas com validade de no máximo um ano. A partir de maio passa a ser proibido jogador ser fatiado entre clube e empresários.

    Motta ficou surpreso com a inclusão da janela de um ano de contrato entre janeiro e maio, que segundo ele nunca esteve nas conversas entre os membros da comissão.

    Editoria de arte/Folhapress

    Ele defendia uma transição de até quatro anos para que clubes sul-americanos conseguissem se adaptar a contratar jogadores sem dinheiro de empresas. Ele citou, por exemplo, que o Cruzeiro, campeão brasileiro, só tem dois atletas que são 100% do clube - Júlio Baptista e Fábio.

    "Os clubes vão ter muita dificuldade em contratar e em manter jogadores, principalmente os mais jovens, que precisam do dinheiro dessas empresas para mantê-los", disse Motta.

    Essas decisões foram divulgadas nesta sexta-feira (19), após reunião do Comitê Executivo da Fifa, no Marrocos.

    O prazo é uma vitória de cartolas europeus sobre sul-americanos, que queriam um prazo maior para adaptação, de até quatro anos.

    "Não sei ainda quem incluiu essa janela de janeiro a maio, mas acredito ter sido a Uefa", disse Motta, que terá em 22 de janeiro, em Zurique (SUI), uma reunião da comissão que fará a regulamentação da decisão do Comitê Executivo sobre o banimento dos investidores.

    Contratos em que clubes fazem parceria com empresas para contratar atletas é comum principalmente no futebol sul-americano, em Portugal e na Espanha.

    Os principais clubes brasileiros têm atletas contratados dessa forma, como Paulo Henrique Ganso, no São Paulo, Malcom, no Corinthians, e Valdivia, no Palmeiras.

    A maior pressão para a proibição partiu da Inglaterra, que viu a partir de 2006, com a contração de Carlos Tevez pelo West Ham, com ajuda de empresários, os investidores tentarem entrar no mercado mais rico do futebol mundial.

    *com Agências de Notícias

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