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    Preconceito ainda é grande no Brasil, afirma treinador da seleção feminina

    LUIZ COSENZO
    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    31/12/2014 02h05

    Escolhido para comandar a seleção brasileira feminina de futebol na Rio-2016, o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, 58, afirmou que a modalidade ainda sofre um preconceito muito grande no Brasil.

    Há pouco mais de oito meses no cargo, o treinador diz que o esporte parou no tempo e não soube aproveitar as medalhas de prata conquistadas nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008, último grande resultado obtido pela seleção feminina de futebol. Ele ainda vê o país com poucas jogadoras de nível competitivo.

    Vadão também não aponta a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) como a principal responsável pelo atual momento da modalidade. De acordo com o treinador, a entidade "é o último degrau da escada".

    "O futebol é visto como um esporte apenas para homem e esse preconceito atrapalha muito o desenvolvimento da modalidade no país. O esporte tem que ser mais praticado, precisa ser incluído no currículo escolar e os governantes precisam apoiar mais a pratica da modalidade", disse o treinador.

    Rafael Ribeiro/CBF
    Vadão conversa com a jogadora Poliana durante jogo da Copa América
    Vadão conversa com a jogadora Poliana durante jogo da Copa América

    Vadão acrescentou que lamenta a ausência de equipes femininas nos grandes times do país, o que poderia "empolgar mais meninas a praticarem o esporte".

    Apesar das dificuldades encontradas, Vadão afirma que a experiência de comandar uma seleção feminina pela primeira vez está sendo muito proveitosa após trabalhar por mais de 20 anos com times masculinos.

    Responsável por formar o "Carrossel Caipira" que fez o Mogi Mirim se tornar uma das sensações do futebol brasileiro em 1992, o treinador diz que as "meninas são mais atenciosas que homens no aspecto tático".

    "Quando cheguei fiquei preocupado de não deixar escapar algum palavrão, mas elas falam mais palavrões que os homens. Elas aceitam qualquer tipo de cobrança, conversam e se preocupam mais [com a tática]. Elas sabem que se não se organizarem taticamente não vamos conseguir vencer as principais seleções do mundo".

    Vadão também elogiou a atacante Marta, principal jogadora da história da modalidade no país. De acordo com ele, a atleta, que foi eleita cinco vezes a melhor do mundo pela Fifa, é o Neymar entre as mulheres.

    O treinador também vê a jogadora como peça-chave no principal objetivo da modalidade: a medalha de ouro na Rio-2016.

    "Ela é imprescindível, é a nossa grande referência. Ela é muito cooperativa e não abusa de sua condição, do seu status. A Marta tem essa qualidade que os craques, que os grandes jogadores precisam ter".

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