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    Banco do Brasil impõe exigências em contrato para voltar a pagar o vôlei

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    07/01/2015 17h18

    Reprodução/Twitter/FabianaClaudino
    A central Fabiana, capitã da seleção brasileira e do Sesi, postou foto das jogadoras com a faixa de luto após irregularidades na CBV
    Jogadoras do Sesi atuaram com uma faixa de luto no braço após irregularidades na CBV

    O pagamento do milionário patrocínio do Banco do Brasil com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) será restabelecido tão logo seja firmado entre as partes um novo acordo.

    A interrupção aconteceu em dezembro depois que a a Controladoria-Geral da União (CGU) examinou as contas da CBV e detectou irregularidades com os recursos públicos.

    Segundo o banco informa nesta quarta-feira (7), a confederação já comunicou "que todas as recomendações apontadas pela CGU e outras medidas solicitadas pelo BB serão implementadas".

    Desta forma, a suspensão do pagamento do patrocínio ao vôlei –R$ 70 milhões por ano– pode acabar em breve, mas ainda sem data estabelecida, depende de a CBV formalizar em contrato o que acordou com o banco.

    "As ações acordadas, e seus prazos de implantação, deverão constar em aditivo ao contrato de patrocínio, atualmente em elaboração pelos serviços jurídicos do Banco do Brasil e da CBV. O BB retomará o fluxo normal de pagamentos somente após a assinatura do aditivo", diz o Banco do Brasil.

    Sobre data para os pagamentos serem restabelecidos, inclusive os atrasados (até agora a parcela de dezembro), o banco diz que acontecerão tão logo o aditivo seja assinado.

    Procurada pela Folha, a CBV diz que uma visita de cortesia ao banco aconteceu nesta quarta-feira, em Brasília, "para ratificar o compromisso assumido através de ofício enviado já ás vésperas de Natal".

    Quanto a retomada dos pagamentos, a entidade afirma que "não existe, ainda, nada concretizado" e "só se manifestará oficialmente sobre o patrocínio do Banco do Brasil quando o assunto for selado com seu parceiro de décadas [desde 1991]".

    Ainda em dezembro, a CBV comunicara o Banco do Brasil que iria implementar em até 90 dias todas as medidas sugeridas pela CGU. O banco impõe que as medidas estejam no contrato.

    De acordo com a entidade esportiva, estas medidas são "auditoria externa, regulamento de contratações, vetos de empresas suspeitas, criação de comitê de apoio e, o principal, reaver judicialmente os valores de contratos apontados pela CGU como irregulares".

    Após reportagens feitas pela ESPN Brasil desde o início de 2014, a CGU investigou as contas da confederação epublicou em relatório que havia problemas em 13 contratos. Juntos, somam R$ 30 milhões em pagamentos realizados de 2010 a 2013, na gestão de Ary Graça Filho, hoje presidente da FIVB (Federação Internacional de Vôlei).

    Os auditores constataram ainda que uma parte do bônus por desempenho oferecido pelo Banco do Brasil não era repassado aos atletas nem à comissão técnica. Perceberam também que os gastos com despesas administrativas e operacionais cresceram em proporções muito acima das que se poderiam justificar pela inflação. Verificaram também que a CBV, nesse período, favoreceu empresas de dirigentes e ex-dirigentes da entidade, ou de parentes deles.

    CONFIRA NOTA DA CBV

    A Confederação Brasileira de Voleibol esteve em Brasília nesta quarta-feira (07.01) em uma visita de cortesia ao Banco do Brasil, para ratificar o compromisso assumido através de ofício enviado já ás vésperas de Natal. As duas instituições caminham para o mesmo rumo, o da retomada do patrocínio, e a visita serviu para demonstrar ao Banco do Brasil que a atua gestão da CBV está atuando para implementar todas as sugestões apontadas pela Controladoria Geral da União.

    Sobre a retomada, não existe, ainda, nada concretizado, pois os departamentos jurídicos das duas instituições trabalham na produção de aditivos ao contrato de patrocínio que incorpore os prazos já acordados entre as partes para o cumprimento integral dos compromissos.

    A CBV só se manifestará oficialmente sobre o patrocínio do Banco do Brasil quando o assunto for selado com seu parceiro de décadas. Ademais, as atividades da CBV continuam inalteradas e a atual gestão mantém o foco na modernização administrativa e em uma gestão mais participativa e transparente.

    Matheus Beck/Vôlei Canoas/Divulgação
    Jogadores do Canoas usam nariz de palhaço na Superliga após irregularidades encontradas na CBV
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