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    Mundial dos goleiros pode consagrar craques de PSG e Barça no handebol

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A DOHA (QATAR)

    01/02/2015 02h00

    Um é totalmente calvo. Ao outro ainda lhe restam alguns cabelos, brancos. Aos 37 e 38 anos, respectivamente, são craques dos milionários times do Barcelona e do PSG.

    São muitas as coincidências entre o bósnio-qatari Danijel Saric e o francês Thierry Omeyer. A maior delas é que são goleiros e, neste domingo (1º), grandes candidatos a decidir o título do Mundial de handebol para suas seleções.

    Ambos foram eleitos os melhores jogadores das semifinais. Saric garantiu a vitória do Qatar sobre a Polônia e ganhou pela quarta vez em oito jogos o prêmio de melhor em quadra. Omeyer levou a França à decisão defendendo 20 de 42 arremessos espanhóis a gol (incríveis 48%).

    "É um dos melhores goleiros da história em um dos melhores times da história", afirmou o técnico espanhol Manuel Cadenas após a derrota.

    Srdjan Suki/Efe
    Danijel Saric ganhou o prêmio de melhor em quadra quatro vezes em oito jogos
    Danijel Saric ganhou o prêmio de melhor em quadra quatro vezes em oito jogos

    Opinião comprovada por troféus: a França é a atual bicampeã olímpica e vai em busca do quinto título mundial (2011, 2009, 2001 e 1995), deixando Suécia e Romênia, com quatro, para trás. Exceto neste campeonato da década de 90, Omeyer estava em todas as conquistas.

    Não à toa o goleiro francês já foi considerado o melhor jogador de handebol do mundo, em 2008. Outros dois franceses desta final já receberam tal honraria também: Nikola Karabatic (do Barcelona), em 2007, e Daniel Narcisse (do PSG), em 2012. Quem pode atrapalhá-los no domínio do mundo é o goleiro da seleção da casa.

    "É possível que Saric seja o melhor jogador do Mundial, sim", afirmou o técnico do Qatar, Valero Ribera, campeão com a Espanha em 2013.

    Bicampeão mundial de clubes com o Barcelona, o goleiro já defendeu as seleções da Sérvia e Montenegro e da Bósnia antes de se naturalizar qatari, ano passado. Homem de confiança de Rivera, ele é o único que não se transferiu para a Liga do Qatar antes deste Mundial.

    Ter 15 dos 16 atletas atuando no país sede, com mais tempo para treinarem juntos, aliás, é um dos segredos da equipe montada pelo país do Golfo Pérsico, o primeiro de fora da Europa a chegar à uma decisão do Mundial.

    "A chave é que trabalhamos como um time, não uma equipe nacional. A chave é o suporte que o governo dá ao esporte e ao handebol. São muitas chaves", explicou Rivera.

    Já a seleção francesa tem como base o PSG, novo rico também no handebol. Quatro dos principais atletas da seleção francesa atuam na equipe de Paris, comprada pelos qataris em 2011: além do goleiro Omeyer e do também ex-melhor do mundo Narcisse, jogam lá Xavier Barachet e William Accambray.

    Mohammed Dabbous/Reuters
    O francês Thierry Omeyer foi considerado o melhor jogador de handebol do mundo em 2008
    O francês Thierry Omeyer foi considerado o melhor jogador de handebol do mundo em 2008

    Assim, seja com os franceses do PSG seja com a legião estrangeira naturalizada para a seleção nacional, o investimento do Qatar vai render um título mundial neste domingo.

    Qatar x França
    14h15
    SporTV e ESPN

    O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial

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