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    Presidente da federação de handebol foge de polêmicas contra o Qatar

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A LUSAIL (QATAR)

    01/02/2015 12h00

    Presidente da Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês), o egípcio Hassan Musatafa, 70, elogiou a organização do Mundial masculino no Qatar e se esquivou da polêmica sobre a naturalização de atletas. A seleção da casa, que disputa a final contra a França, neste domingo (1), tem nove dos 16 jogadores nascidos em outros países.

    "Não há nada a fazer, temos que respeitar a decisão do Conselho (da IHF). Há 200 nações filiadas na IHF e elas podem montar bons times. Se é permitido, por que não? Se eu falo algo contra a decisão do Congresso, não estou sendo correto", disse Mustafa.

    Segundo as regras da Federação Internacional, um atleta pode jogar por outro país desde que não atue pela seleção de onde nasceu por três anos ou mais. A equipe nacional do Qatar, comandada pelo espanhol Velro Ribera, atual campeão do mundo, tem seis atletas nascidos na Europa, um no Egito, um na Tunísia e um em Cuba.

    "Estamos felizes em promover nosso esporte nessa área. Não só pelo Qatar, mas por todo o Golfo Pérsico. Nós precisamos deles. Então por que não podem aproveitar essas facilidades?", completou o dirigente egípcio, citando Arábia Saudita, Bahreim, Oman, Iemen e Kwait, todos países árabes da região.

    Ele ainda disse que os vizinhos do Qatar devem estar com inveja pela seleção do pequeno e rico emirado ter sido a primeira de fora da Europa a alcançar a final de um Mundial em 77 anos de história da competição.

    Questionado sobre as acusações das péssimas condições de trabalho na região, principalmente em relação a imigrantes nas obras da Copa do Mundo de 2022, Mustafa disse que já visitou o Qatar mais de 20 vezes e em muitas delas esteve com operários, que não reclamaram.

    "Nunca reclamaram sobre direitos humanos. Nunca ouvi reclamação de trabalhadores aqui. Muitas das empresas que contratam esses operários para as obras da Copa são da Croácia, Grécia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Direitos humanos não é um assunto apenas do Qatar ou do governo qatari", afirmou o presidente da IHF.

    Mustafa elogiou muito a organização do Mundial, a TV qatari que gerou as imagens para 174 países (eram 66 no Mundial de 2005, por exemplo), e disse que "todos ficaram muito satisfeitos". "Não é uma opinião nossa, é das 24 delegações", concluiu.

    Dentro de quadra o dirigente norte-africano também parabenizou o desenvolvimento das seleções de outros continentes, fora da Europa, citando Brasil, Argentina, Chile, Tunísia e o seu país, o Egito, como equipes que estão competindo em igualdade com as mais tradicionais.

    "Pela primeira vez uma equipe não-europeia está na final [Qatar]. Já temos um pan-americano, o Brasil, campeão mundial no feminino [em 2013]. Isso mostra que a IHF está no caminho certo. Esse era nosso alvo quando começamos nosso trabalho, pensando no futuro", afirmou Mustafa antes da decisão deste domingo.

    O próximo Mundial masculino será na França, em 2017. Já o Mundial feminino acontece em dezembro próximo, na Dinamarca. O campeão dos dois campeonatos deste ano estarão classificados para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. As seleções brasileiras já estão garantidas no torneio olímpico por serem do país sede.

    O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial

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