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    Ser top 10 em 2016 é meta factível, diz novo secretário de alto rendimento

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A LUSAIL (QATAR)

    02/02/2015 13h15

    Principal executivo da Copa do Mundo de 2014 e novo secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Trade disse acreditar que o Brasil cumprirá o objetivo de conquistar 30 medalhas e terminar os Jogos Olímpicos do Rio entre os dez melhores na classificação geral, em total de pódios.

    "É uma meta factível", disse Trade, em entrevista à Folha neste domingo (1º), em Lusail.

    Trade esteve no Qatar para acompanhar o Mundial de handebol. Ele foi goleiro da modalidade e, posteriormente, também exerceu função de cartola na CBHb (Confederação Brasileira de Handebol).

    O Brasil terminou a competição na 16ª colocação, após ser eliminado nas oitavas de final pela Croácia.

    *

    Qual sua ligação com handebol?
    Joguei como goleiro até 1980, na seleção brasileira, quando fui no pré-olímpico da Cidade do México. Depois fui vice-presidente da Confederação Brasileira de Handebol. Adoro, é meu esporte. Por isso fiz questão de vir ao jogo final.

    O que está fazendo no Qatar?
    Estou com a Fifa trabalhando com a Rússia, fazendo consultoria, e o Qatar me chamou para trazer umas ideias para eles, bater um papo sobre a Copa do Mundo. Mas ainda não trabalho com eles. Sou contratado pela Fifa para fazer consultoria na Copa da Rússia. Um consultor para ajudar a Rússia a entregar uma bela Copa do Mundo. Estive quarta e quinta-feira com eles. Estão super animados. Aqui vi os estádios já andando. Hoje vi um pouco do projeto deles. Passei em frente a um que já está sendo construído [o Khalifa]. Devo visitar mais dois. Só para conhecer, é entusiasmador.

    É possível comparar a Copa da Rússia e do Qatar com a do Brasil?
    A Rússia é muito parecida por causa da continentalidade, como o nosso. Tem 11 cidades e 12 estádios até o momento. Tem distâncias e climas diferentes, parecido com o que nós temos. Acredito que eles possam usar a Copa do Mundo como a Alemanha usou, para abrir e trazer mais turistas. Mostrar uma Rússia pujante, que está crescendo. Aqui no Qatar me impressiona estarem adiantados no planejamento, são oito anos à frente. Já bem adiantados. É interessante. Não mergulhei no projeto ainda. São menos estádios, mais centralizado. Isso vai trazer uma coisa facilitadora, de estar perto. Mas são cinco estádios dentro de uma cidade: Doha. Vai estar sempre agitado, movimentado.

    O que o Qatar quer saber da experiência do Brasil?
    Já tem até gente nossa trabalhando no Comitê deles. Eles foram lá observar. Eles estão querendo trazer um pouco da experiência que a gente viveu no Brasil para colocar o que eles querem. O Brasil é o país do futebol. A gente tem algo que eles podem pegar: celebrar bem, celebrar juntos, sorrindo, trabalhando duro, mas celebrando a Copa do Mundo. Mas acho que os dois vão fazer uma belíssima Copa, não tenho dúvida disso.

    As limitações do Qatar, como bebida alcoólica, podem tornar a Copa no Qatar especial em alguns sentidos?
    Já estive aqui outras vezes, estive na Academia Aspire em 2010, e acho que dá para replicar algumas coisas. Independentemente de bebida alcoólica, de calor demais, dá. Eles estão preparados para o calor. Não sei se vai ser no verão ou inverno, vai ser uma decisão da Fifa, mas independentemente do calor ou de não poder ter bebida alcoólica, eles estão prontos para celebrar. O futebol traz essa atmosfera legal. Eu, que vim de outros esportes, me impressionei com a força que o futebol tem.

    O que achou das arenas de handebol do Qatar?
    Este aqui [Arena Lusail] é maravilhoso. Sensacional. Uma prova de que eles são capazes de entregar. O handebol brasileiro bateu na trave aqui, sou um fanático, assisti pela TV. Estamos chegando, batendo na porta, está na hora do Brasil e acho que vai chegar lá em 2016.

    Rahel Patrasso - 20.jan.2015/Xinhua
    Ricardo Trade, novo secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte
    Ricardo Trade, novo secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte

    Quando você assumirá a secretaria de alto-rendimento do Ministério do Esporte?
    Tenho que esperar a nomeação sair no Diário Oficial. É uma função nova e estou entusiasmado. Fui convidado pelo ministro e pelo Leyser. Já tivemos a primeira reunião com as confederações e já participei lá no COB. Não posso falar na posição, porque não estou na posição. Preciso me interar primeiro. A primeira reunião foi fantástica, números lá que eu não sabia, coisas bacanas que estão sendo feitas. Quero me aprofundar, ver o que a gente pode dar continuidade e ouvir as confederações, com o aval do ministro, claro.

    Você concorda com a meta das 30 medalhas e ser top 10 nos Jogos do Rio?
    Não conversei com o presidente Nuzman [do COB], espero ter uma conversa na próxima semana. Mas falei com o Marcão [Marcus Vinícius Freire], um amigo antigo, e é uma meta factível. O Brasil não é um país que se dedica somente a um esporte, mas é um país multi esportivo. Acho que é uma boa meta, acho que vamos conseguir estar entre os dez. E como otimista que sou, na Copa falavam que não ia ficar pronto e eu disse que vai, eu volto a repetir: podemos estar entre os dez, sim. Vamos ajudar o COB e as confederações, que é o que a gente pode fazer, dar as melhores condições para eles.

    Tem experiência no alto-rendimento?
    Tenho experiência. Trabalhei com alto rendimento no vôlei, trabalhei com o Nuzman na CBV, fui à Olimpíada de Seul como preparador físico, entendo, fui atleta de handebol da seleção, entendo o que uma equipe e uma comissão técnica precisam. Sou mais um, uma pessoa de equipe, espero que possa ajudar o esporte brasileiro, não só o futebol como a gente fez [na Copa]. Trabalhei no Pan de 2007, como diretor de operações durante os Jogos, como gerente-geral e serviços durante a preparação, e na candidatura de 2016, durante três anos, na diretoria de serviços aos Jogos. Tenho uma ligação muito próxima a eles [do COB]. Estava lá em Copenhague durante a escolha, vibrei como um louco e agora vou estar próximo ajudando a realizar esse sonho [da Olimpíada].

    O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial

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