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    Dalmo foi um lateral como poucos e um homem de grande caráter, diz Pelé

    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    02/02/2015 16h53

    Pelé, 74, lamentou a morte do ex-jogador Dalmo Gaspar, 82, com quem conviveu por setes anos no Santos, na fase áurea do clube do litoral paulista. O ex-lateral esquerdo morreu na manhã desta segunda-feira (2), no hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, com um quadro de infecção sanguínea.

    À Folha, Pelé exaltou as qualidades humanas de Dalmo e desejou os pêsames para a família.

    "Lamento ter perdido um grande amigo que foi um dos meus mais próximos, quando jogávamos juntos no Santos. Um lateral como poucos e um homem de grande caráter, leal aos amigos e muito educado", disse Pelé.

    "Meus pêsames à sua família e que Deus o receba com todas as bênçãos".

    Na época de Santos, o técnico Lula costumava escalar os dois para dividirem o mesmo quarto na concentração durante as excursões do Santos Brasil afora.

    O ex-ponta esquerda Pepe, que conviveu com ambos, disse à reportagem que o objetivo de Lula era ter alguém experiente para ajudar Pelé.

    "O Dalmo executava bem esse papel. Era muito tranquilo, respeitado e passava boas experiências para o Pelé", disse Pepe.

    Pelé e Dalmo ficaram muitos anos sem se encontrarem pessoalmente. Em novembro de 2013, no encontro promovido pela Folha pelo aniversário de 50 anos do bicampeonato mundial, eles voltaram a se ver encontrar.

    Rafael Valente -07.nov.2013 / Folhapress
    Dalmo (centro) ao lado de Mengálvio (esq.) e Pelé
    Dalmo (centro) ao lado de Mengálvio (esq.) e Pelé

    A CARREIRA

    Natural de Jundiaí, Dalmo teve o auge da carreira ao defender o Santos de Pelé. Jogou no clube de 1957 a 1964, fazendo parte da geração de ouro da equipe da Vila Belmiro.

    Neste período, conquistou cinco títulos do Paulista, duas Taças Brasil (equivalente ao Campeonato Brasileiro na época), duas Libertadores, dois Mundiais de Clubes e um Torneio Rio-São Paulo.

    Não era um jogador ofensivo. Tinha mais características defensivas. Tanto que fez quatro gols pelos Santos -o mais importante, sem dúvida, na final do Mundial de 1963, de pênalti.

    A cobrança da penalidade foi muito parecida com o milésimo gol de Pelé, em 1969. Dalmo tomou distância e colocou a bola no canto esquerdo do goleiro do Milan, no Maracanã, na vitória por 1 a 0.

    "Aquele foi o maior feito da minha vida", disse Dalmo à Folha, em outubro de 2013, quando reencontrou os remanescentes do Mundial de 1963, no aniversário de 50 anos da taça.

    Além do Santos, defendeu Guarani e Paulista. Depois que deixou o futebol, teve escolinhas e foi funcionário público em Jundiaí, onde se aposentou.

    Morava com a mulher Rosa Maria Gaspar, em Jundiaí. Deixa dois filhos e três netos.

    16.fev.1959/Acervo UH/Folhapress
    Dalmo (esq.) ao lado de Zito, em foto de 1959
    Dalmo (esq.) ao lado de Zito, em foto de 1959

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